Com apenas um voto contrário, o Projeto de Lei nº 40/22, de autoria do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), foi aprovado na Câmara de Salvador, nesta última terça-feira (24), e a Rua das Laranjeiras, no Pelourinho, passa a se chamar Alaíde do Feijão. A homenagem foi garantida e reforça a relevância social, cultural e política da cozinheira, considerada pelo vereador como “símbolo da resistência antirracista e feminista”.
Ela faleceu devido a complicações da Covid-19 no dia 31 de janeiro de 2022. De acordo com Suíca, Alaíde morreu na “plenitude de seu empoderamento e merecia uma homenagem unânime da Casa”.
“É óbvio que um projeto como esse merecia unanimidade e tudo caminhava para isso, afinal, houve debates e mais debates em cima da peça, mas considero legítimo o voto contrário do vereador do PCdoB”, afirma o vereador que é presidente da Comissão de Reparação da Casa Legislativa.
“Compramos briga com isso porque achamos justo, tem um monte de ruas de Salvador com nome de coronéis que nada fizeram pela cidade. E espero que o prefeito Bruno Reis sancione e reconheça nesse projeto a resistência das mulheres negras contra o racismo e o machismo, tudo que simboliza Alaíde do Feijão. A não sanção desse projeto de lei em respeito à memória dela, será considerado um ato de racismo e machismo”, completa Suíca.
Homenagem
Alaíde Conceição, mais conhecida como ‘Alaíde do Feijão’, nasceu no bairro do Comércio, em Salvador. Filha de Maria das Neves, herdou da mãe os talentos culinários e seguindo os seus passos, mantendo viva a tradição da matriarca, com a venda dos quitutes e pratos diferenciados.
Em 1993, abriu seu primeiro restaurante no Centro Histórico, ampliando assim a variedade de refeições em seu cardápio. Em 2015, mudou-se da Ladeira da Ordem Terceira de São Francisco, para a Rua das Laranjeiras, transformando o seu antigo endereço em um Centro Cultural.