A Alemanha tomará medidas de emergência para garantir seu fornecimento de energia diante dos recentes cortes nas entregas de gás russo , o que implicará recorrer mais ao carvão — anunciou o governo neste domingo (19). “Para reduzir o consumo de gás, temos que usar menos gás para produzir eletricidade. Em seu lugar, deve-se usar mais as usinas a carvão”, declarou o Ministério da Economia em um comunicado.
O governo reage, assim, aos anúncios desta semana do gigante russo Gazprom sobre a redução das entregas de gás, através do gasoduto Nord Stream, no contexto da guerra na Ucrânia e da queda de braço no setor de energia entre os países ocidentais e Moscou.
Essa medida é uma guinada de 180 graus para o governo de coalizão alemão, que inclui ambientalistas e que prometeu abandonar o uso do carvão no país até 2030.
“É amargo, mas é indispensável reduzir o consumo de gás”, disse o ministro da Economia, o ambientalista Robert Habeck, em um comunicado.
Uma lei nesse sentido será adotada no início do verão (europeu, equivalente ao inverno no Brasil), acrescentou. Neste marco, o governo vai permitir o uso das chamadas centrais de carvão “de reserva”. Até agora, elas serviam apenas como último recurso. O ministro assegurou, no entanto, que esta medida é “provisória”, em meio ao “agravamento” da situação no mercado do gás.
Esta semana, a Gazprom cortou em 40% suas entregas via Nord Stream, e depois em 33%, alegando um problema técnico. Para o governo alemão, trata-se, no entanto, de uma “decisão política”, no contexto do apoio dos países ocidentais à Ucrânia na guerra contra a Rússia.