Autoridades israelenses expressaram “satisfação” nesta segunda-feira (26) após um ataque com mísseis do Hezbollah, milícia libanesa apoiada pelo Irã, ter sido amplamente interceptado por “ofensivas preventivas” de Israel no sul do Líbano. Os disparos no domingo (25) vistos como retaliação pelo assassinato de um alto comandante do grupo em Beirute no mês passado, porém, deixaram a situação na fronteira entre os dois países no Oriente Médio “insustentável”, segundo Tel Aviv.
David Mencer, porta-voz do governo israelense, disse que o Hezbollah sofreu um “golpe esmagador” com os ataques israelenses, mas reconheceu que uma solução mais duradoura ainda é necessária.
“A situação atual não é sustentável”, informou ele em declaração à imprensa, referindo-se às dezenas de milhares de pessoas que precisaram deixar suas casas no norte de Israel, situação que se repete do outro lado da fronteira, no sul do Líbano.
“Israel cumprirá seu dever e retornará sua população ao nosso território soberano”, completou Mencer.
Cessar-fogo em Gaza
Israel esperava que a troca de tiros, que não causou o tipo de dano extenso que muitos temiam, poderia ajudar nas negociações para interromper os combates em Gaza e trazer os reféns israelenses ainda em cativeiro de volta para casa. Por outro lado, o grupo terrorista palestino Hamas, do qual o Hezbollah é aliado, disse que não concordará com um acordo que permita que tropas israelenses permaneçam no sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito.
Especialistas disseram que os ataques de domingo podem provar que o Hamas não possui o apoio suficiente para empurrar o conflito para fora de Gaza. “Talvez — só talvez — o sucesso de Israel em frustrar a retaliação do Hezbollah possa abrir caminho para concessões do Hamas nas negociações sobre uma trégua, dada a tentativa fracassada de ver a guerra se expandir para toda a região”, escreveu Avi Issacharoff, comentarista do jornal de maior circulação de Israel, o Yedioth Ahronoth.
A retaliação
Na manhã de domingo, cerca de 100 jatos israelenses atacaram dezenas de locais de lançamento de mísseis do Hezbollah no sul do Líbano, destruindo milhares de foguetes que, segundo os militares, estavam apontados para Israel. O Hezbollah, que nega que sua retaliação pelo assassinato do comandante sênior Fuad Shukr tenha sido neutralizada, ainda fez centenas de disparos. No entanto, a maioria foi interceptada pelas defesas de Tel Aviv ou caiu em áreas desabitadas.
O Irã, que também prometeu uma retaliação contra Israel pelo assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, morto em Teerã no mês passado, voltou a dizer que não quer alimentar tensões regionais que levem a uma “guerra total”.