domingo 23 de março de 2025
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sábado 22 de março de 2025 às 10:49h

Apenas 4 em cada 10 homicídios são esclarecidos no Brasil, aponta levantamento

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A polícia de São Paulo esclareceu três homicídios de grande repercussão nos últimos dias, levando à prisão de suspeitos e à responsabilização dos envolvidos. No entanto, dados do Instituto Sou da Paz mostram que essa não é a realidade da maioria dos casos no Brasil: apenas 39% dos homicídios dolosos são solucionados.

Crimes resolvidos em São Paulo

Entre os casos recentes esclarecidos está o assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, em novembro de 2024. A investigação levou à denúncia de seis acusados, incluindo três policiais militares. A Justiça já acabou a denúncia, tornando os denunciados em réus.

Outro caso foi o do ciclista Vitor Medrado, morto no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista, durante um assalto. A polícia prendeu os dois suspeitos do crime e uma mulher, apontada como financiadora da ação.

Em Cajamar, na região metropolitana, Vitória Regina de Souza, de 17 anos, desapareceu após sair do trabalho. A investigação chegou até Maicol Sales dos Santos, vizinho da vítima, que confessou ter cometido o crime por vingança.

Só 1 em cada 4 denúncias é oferecida no mesmo ano

De acordo com o Instituto Sou da Paz, além da baixa taxa de resolução de homicídios no Brasil, apenas um em cada quatro casos recebe denúncia do Ministério Público no mesmo ano do crime. A coordenadora de projetos do instituto, Beatriz Graeff, destaca que a falta de respostas gera descrença na população.

“Isso gera uma ferida profunda na sociedade, muito ligada à falta de credibilidade das instituições de Justiça e segurança pública. Há uma incapacidade de oferecer uma resposta eficaz em um tempo hábil para um crime tão grave”, diz.

O levantamento também revelou uma discrepância entre os estados brasileiros. No Distrito Federal, 90% dos homicídios são esclarecidos, enquanto na Bahia esse índice cai para apenas 15%.

Falhas na investigação prejudicam solução de casos

O perito judicial Ricardo Caires aponta que falhas no armazenamento e análise de provas são um dos principais entraves na elucidação dos crimes. “Já vi casos em que armas desapareceram e projéteis sumiram. A maioria desses crimes fica parada em delegacias. Quando o material é enviado para o Instituto de Criminalística, tudo se resolve mais rápido”, afirma.

Todos os anos, cerca de 40 mil homicídios são registrados no Brasil. Mesmo em casos de grande repercussão, a solução nem sempre chega. A família do MC Daleste, funkeiro assassinado durante um show em Campinas, em 2013, ainda não sabe quem o matou. A irmã do artista, Carolina Pellegrini, desabafa. “A pior parte é viver sem respostas. A gente espera justiça, mas o tempo passa e ninguém nos dá uma resposta.”

A pesquisa reforça a necessidade de mais investimentos na investigação criminal e na modernização dos processos de apuração para garantir justiça às vítimas e suas famílias

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