O Ministério da Economia anunciou nesta última terça-feira (25) o novo programa de habitação do governo, chamado Casa Verde e Amarela, que substitui o antigo Minha Casa Minha Vida, do PT. Para o comentarista Rodrigo Constantino da Jovem Pan, ao assinar a MP que institui o programa, o presidente Jair Bolsonaro “tenta retirar o monópolio do PT no Nordeste”. Entre as mudanças do programa de habitação há a redução das taxas de juros que vão de 4,25% a 4,5% ao ano e a prioridade para região Nordeste do País, principal reduto petista nas eleições.
“Do ponto de vista político, ele está tentando retirar o monopólio do PT na região Nordeste e está entregando melhores resultado. O PT sempre gostou de anunciar programas sociais e assistenciais e sempre deixou um rastro de corrupção. O ministro Rogério Marinho mesmo ressaltou que está fazendo um trabalho hercúleo com essas obras. Então, há essa diferença, o presidente está tentando executar e entregar essas obras e está interessado em retirar esse reduto do PT. Entendo a lógica política de Bolsonaro”, avaliou Constantino. No entanto, em relação ao cenário econômico que o programa pode provocar, ele diz ficar “um pouco preocupado”. “Tenho dificuldade para aceitar o argumento de que os juros mais baixos no Nordeste é ‘justiça’, mas quem está subsidiando esses juros?”, questionou.
Para Thaís Oyama, o Casa Verde e Amarela “é uma tinta no programa do PT, que ficou marcada na gestão petista”. “Não dá pra dizer que só o Bolsonaro faz isso, o próprio PT fez isso com o Bolsa Família. Não tem nada de novo nisso, é só o que todo mundo faz sempre. É uma piscadela para o Nordeste. Ele quer capitalizar politicamente usando a região Nordeste”, disse. Já Josias de Souza afirma que a pandemia “deu ao presidente o sentimento de urgência eleitoral e a satanização do PT perdeu importância. Ele está pintando de verde e amarelo o que, antes, era vermelho. Bolsonaro tenta transformar a pandemia em um trampolim eleitoral”, avaliou.