O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, viajou a Israel nesta quinta-feira (12) para prestar apoio ao seu aliado após ataques sem precedentes do grupo terrorista Hamas no sábado (7). Em declaração ao lado do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, ele afirmou que “Israel tem o direito de se defender”, mas acrescentou: “A forma como fará isso importa”.
Sem mencionar as palavras diretamente, o principal diplomata do governo de Joe Biden fez uma referência aos ataques aéreos israelenses que estão atingindo civis palestinos em Gaza. Pelo menos 1.354 pessoas foram mortas e outras 6.049 ficaram feridas devido a bombardeios contra o território controlado pelo Hamas desde sábado, segundo o Ministério da Saúde palestino.
Mais cedo nesta quinta-feira, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que estão “conduzindo um ataque em grande escala” contra alvos do grupo terrorista em Gaza, enquanto o conflito entra no sexto dia.
Os comentários de Blinken ocorrem também depois que o ministro da Energia de Israel, Israel Katz, afirmou que o cerco à Faixa de Gaza será mantido até que o Hamas liberte os reféns que fez no sábado, que o governo israelense estima serem entre 100 e 150 pessoas.
“Ajuda humanitária a Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os sequestrados israelenses retornem para casa. Humanitarismo pelo humanitarismo. E ninguém nos pregará moralidade”, disse Katz no X, antigo Twitter.
As Nações Unidas alertaram que a crise humanitária em Gaza está se intensificando rapidamente. Nesta quinta-feira, a agência disse que mais de 330 mil pessoas foram deslocadas de suas casas desde o início dos bombardeios de Israel.
Tel Aviv declarou um “cerco total” a Gaza dias após um ataque mortal de militantes terroristas do Hamas às cidades israelenses que fazem fronteira com o território. Com uma infraestrutura já enfraquecida devido a 16 anos de bloqueio de Israel, autoridades locais demandam ajuda internacional devido a cortes na eletricidade e escassez de alimentos, água e combustível.
Na quarta-feira 11, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse que Washington iniciou tratativas com Israel e Egito para implementar um corredor humanitário para a retirada de civis da região, que é densamente povoada e abriga mais de 2,3 milhões de palestinos.
Ao lado de Blinken, o premiê israelense agradeceu aos Estados Unidos pelo seu “apoio incrível” na “guerra do seu país contra os bárbaros do Hamas”. A visita de Blinken, acrescentou, foi “outro exemplo tangível do apoio inequívoco dos Estados Unidos a Israel”.
Netanyahu disse ainda que o Hamas deve ser “esmagado”, tal como o Estado Islâmico.
“O Hamas é o Estado Islâmico, e assim como o Estado Islâmico foi esmagado, o Hamas também será esmagado”, disse o líder israelense. “O Hamas deve ser tratado exatamente da mesma forma que o Estado Islâmico foi tratado”, acrescentou.
“[Os militantes do Hamas] deveriam ser cuspidos da comunidade das nações. Nenhum líder deveria reunir-se com eles, nenhum país deveria abrigá-los. E aqueles que o fizerem devem ser sancionados”, completou.
Antes de partir de Washington para Israel, Blinken disse que o país respeita o direito internacional e faz esforços para evitar vítimas civis.
“Sabemos que Israel tomará todas as precauções possíveis, tal como nós faríamos, e mais uma vez é isso que nos separa do Hamas e dos grupos terroristas que se envolvem nos tipos de atividades mais hediondas”, disse ele.
A missão do diplomata no Oriente Médio é evitar a eclosão de uma guerra mais ampla. Uma de suas principais prioridades é transmitir uma mensagem de dissuasão, em grande parte dirigida ao Irã e aos grupos apoiados pelo país, como o libanês Hezbollah.
O Hezbollah agiu com cuidado desde que o Hamas e Israel entraram em guerra, mantendo soldados israelenses ocupados com ataques na fronteira libanesa, mas sem abrir uma nova linha de frente do conflito. Na quarta-feira, israelenses atingiram cidades do sul do Líbano em resposta a um novo ataque de foguetes do Hezbollah.
“Vou deixar uma mensagem muito simples e clara… de que os Estados Unidos apoiam Israel“, disse Blinken antes de embarcar no avião com destino a Israel.
Ele trabalhará com aliados regionais dos Estados Unidos para tentar garantir a libertação de reféns, alguns dos quais podem ser cidadãos americanos.
Pelo menos 1.200 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas nos ataques surpresa do Hamas a Israel no fim de semana, segundo autoridades israelenses. Na coletiva de imprensa em Israel, Blinken também confirmou que pelo menos 25 americanos foram mortos no ataque de militantes do Hamas.