O presidente Lula da Silva (PT) superou segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ressentimentos e mágoas que tinha em relação ao Judiciário, ao Ministério Público, à imprensa e a outros atores a quem responsabilizava por seu infortúnio quando foi condenado e preso na Operação Lava Jato.
De acordo com um de seus principais ministros, “a amargura foi diminuindo, diminuindo, diminuindo” neste primeiro ano de mandato, “e desapareceu ao longo do tempo.” Na véspera do Ano Novo, o presidente teria olhos apenas para o futuro —e também maior otimismo.
Ministros e auxiliares de Lula chegaram a se preocupar, no início do governo, com os sentimentos do presidente, que ainda estava preso ao passado recente dos 580 dias na prisão.
O presidente repetia críticas aos operadores da Lava Jato e chegou a dizer em março, em uma entrevista, que repetia para si mesmo, na prisão: “Só vou ficar bem quando f**** o Moro”.
Com o tempo, as citações a Sergio Moro (União Brasil-PR) foram desaparecendo, bem como as queixas a outros atores da Lava Jato ou àqueles que, no entendimento do presidente, a apoiaram. Afirmações de que tinha sido vítima de preconceito também já não são feitas com frequência.
“Toda essa amargura sumiu, das falas e do olhar do presidente. Tudo foi se dissipando”, afirma um dos mais próximos ministros de Lula.