O ano de 2025 traz consigo um cenário repleto de desafios e oportunidades para o setor de alumínio brasileiro, em meio a transformações econômicas globais e no cenário geopolítico. A recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas e sua iminente posse reacendem preocupações e exigem uma avaliação criteriosa sobre as possíveis repercussões para o Brasil e o comércio internacional.
Durante seu primeiro mandato, Trump adotou políticas comerciais fortemente protecionistas, incluindo sobretaxas às importações de alumínio em 2018. A continuidade dessas medidas no governo democrata de Joe Biden demonstrou que os desafios enfrentados pelo setor não estão restritos a uma única administração. Agora, com o retorno de Trump, a retórica protecionista ganha novo impulso.
Em declarações recentes, ele enfatizou sua intenção de implementar uma política de reciprocidade tarifária, incluindo o Brasil entre os países que, segundo ele, aplicam tarifas excessivas sobre produtos americanos. Essa postura pode dificultar o acesso a mercados estratégicos e demandar respostas rápidas e estratégicas por parte da indústria do alumínio brasileiro.
Entretanto, o protecionismo não é exclusividade dos Estados Unidos. Na Europa, o CBAM (Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira) emerge como uma ferramenta regulatória que impõe tarifas sobre produtos com alta
pegada de carbono. Essa tendência reflete uma mudança global no sentido de incorporar a sustentabilidade às políticas comerciais.
Para o Brasil, o CBAM representa tanto um desafio quanto uma oportunidade: o alumínio brasileiro, reconhecido por sua baixa intensidade carbônica, pode ganhar espaço em mercados mais exigentes. Ainda assim, a ausência de padronização em certificação e rastreamento de emissões segue como uma barreira indireta ao comércio.
No mercado interno, após um período de desaceleração, 2024 sinalizou o início de um novo ciclo de crescimento. Apesar de um cenário global desafiador, as perspectivas para 2025 permanecem positivas. O alumínio é amplamente
reconhecido como um material estratégico para a transição rumo a uma economia de baixo carbono, além de ser essencial para o fortalecimento de uma indústria nacional resiliente e sustentável.
A transição global para uma economia de baixo carbono surge como uma oportunidade crucial para a indústria brasileira. Investimentos em inovação tecnológica e soluções sustentáveis serão determinantes para consolidar a
posição do país como referência mundial na produção de alumínio de baixa pegada de carbono.
O grande desafio de 2025 será transformar riscos em oportunidades, garantindo que o alumínio brasileiro continue a ser protagonista em um mercado global cada vez mais competitivo e sustentável. A combinação de estratégias inovadoras com políticas públicas que fortalecem a sustentabilidade e resiliência das cadeias produtivas será a chave para o sucesso do setor no futuro.