Em entrevista à CNN Brasil, Nunes pontuou que, além de ter perdido muitos eleitores para Bolsonaro em 2018, o PSDB também sofreu com o fato de alguns políticos tucanos terem abraçado “aberta ou veladamente” a candidatura do ex-capitão, e deixarem o então presidenciável do partido, o ex-governador Geraldo Alckmin, “falando quase sozinho”.
“No PSDB nós temos um problema efetivamente: É que o nosso eleitorado tradicional, liberal e progressista, foi muito absorvido pelo Bolsonaro. Nós entregamos para o Bolsonaro uma parte importante do nosso eleitorado e da nossa presença política, muitos políticos fizeram campanha abertamente ou veladamente para o Bolsonaro em 2018, e deixou o Alckmin falando sozinho ou quase sozinho”, declarou.
Principal expoente do PSDB nas eleições de 2018, João Doria, que à época disputava o governo estadual, atrelou sua campanha a de Jair Bolsonaro, e fez uso abertamente do bordão “BolsoDoria”. Hoje, o tucano é opositor declarado do chefe do Executivo Federal.
Aloysio diz que federação PSDB e MDB é “positiva”
À “CNN Brasil”, Aloysio Nunes também falou sobre a possibilidade de o PSDB e o MDB se unirem em uma federação visando as eleições de outubro deste ano, e disse considerar como “positiva” essa aproximação, pois ambas as legendas “têm apego à democracia”. Porém, conforme o UOL apurou, a união entre os partidos enfrenta resistência por parte de alguns caciques políticos.
O ex-senador tucano ressaltou que alguns setores do MDB são partidários da reeleição de Jair Bolsonaro, enquanto outros estão inclinados a apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), por exemplo.
Na entrevista, Nunes afirmou que o ideal é impedir que Bolsonaro consiga ir para o segundo turno pois, em uma eventual disputa com Lula, o atual mandatário pode obter entre 35% a 45% dos votos, e pode imitar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que não aceitou a derrota para o democrata Joe Biden, e chegou a provocar balbúrdia nas eleições do país norte-americano, que culminou em uma invasão ao Capitólio em janeiro de 2021.
“É preciso tirá-lo do segundo turno porque ele representa uma ameaça, porque no segundo turno [ele] pode virar um Trump, por conseguir de 35% a 45% dos votos, o que lhe dará cacife para continuar infernizando a vida dos brasileiros, como Trump faz nos Estados Unidos”, completou.