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Equipamentos podem se transformar em perigosas nuvens de detritos e formar “cemitério espacial” — Foto: Divulgação
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sexta-feira 18 de agosto de 2023 às 18:01h

Agência Espacial Europeia alerta sobre riscos de lixo espacial e propõe mudança nos projetos

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A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) emitiu um alerta em seu relatório “Ambiente Espacial 2023” segundo Ivone Santana, do jornal Valor, sobre o perigo em relação ao número crescente de satélites que estão em fim de missão. Esses equipamentos podem se transformar em perigosas nuvens de detritos, permanecendo em órbita por muitos anos, expandindo o chamado “cemitério espacial”, que reúne detritos de todo tipo de objetos lançados.

O lixo espacial pode causar danos a outros objetos que estão em operação, além de poluir o espaço. Pode oferecer riscos de colisão com futuros lançamentos de foguetes e naves, inclusive com astronautas a bordo, como já advertiram especialistas.

Assista:

A agência cita em seu relatório detritos de satélites Iridium 33, da empresa de mesmo nome; Fengyun 1C, que compunha uma série de satélites metereológicos chineses; série de satélites Kosmos, desenvolvidos e fabricados pelo NPO Electropribor, da Carcóvia (Ucrânia), Centaur-5 SEC, da Intelsat.

Mas, nos últimos anos, as empresas passaram a lançar nanossatélites e outros artefatos menores que os tradicionais, com em torno de 400 kg. Os ambientalistas afirmam que o lixo espacial crescerá fortemente porque, por serem menores, precisam de uma grande constelação, até com centenas de satélites, para cobrir o planeta.

Elon Musk é citado como poluidor

O dono da SpaceX, Elon Musk, é citado como um dos empresários que poluem o espaço com sua frota miniaturizada.

Segundo a ESA, a adoção de medidas de mitigação de detritos espaciais tem melhorado. No entanto, o número de novos satélites lançados é grande, bem como a quantidade de detritos que estão se acumulando. Desse modo, o ritmo atual de redução de detritos é insuficiente, e o “nosso comportamento no espaço parece insustentável a longo prazo”, informa o documento.

Os lançamentos nos últimos 60 anos incluem satélites e outros objetos nas categorias amador, civil, comercial e de defesa. Na órbita terrestre baixa (LEO — altura entre 500 e 1.500 km da Terra) foram identificados mais de 19,6 mil objetos até 2022. É a órbita que concentra a maior população de artefatos, de um total superior a 32,5 mil, em todas as órbitas, de acordo com o levantamento.

Nesses detritos, estão constelação de objetos, pequenos satélites, cargas, fragmentação de foguetes, motores e outros itens catalogados, pesando de 10 kg a 15 kg a mais de 350 kg.

Mitigação

De acordo com a ESA, a maior parte das medidas de mitigação de detritos espaciais é dedicada a evitar a liberação intencional de detritos espaciais, como partes de corpo de foguete ou carga útil.

Parte dos objetos descartada no espaço após o lançamento de foguetes pode ser eliminada em futuras missões, com a alteração dos projetos, segundo a agência espacial. “Por exemplo, as tampas das câmeras podem ser abertas e dobradas, em vez de expelidas”.

No caso de motor de combustível sólido, pode ser usado no lugar produtos químicos ou sistemas de propulsão elétrica, recomenda o relatório.

Colisões catastróficas

As informações históricas são armazenadas no Banco de Dados e Sistema de Informação Caracterizando Objetos no Espaço (Discos, na sigla em inglês). A partir daí, os cientistas fazem simulações sobre a evolução dos detritos e o impacto das iniciativas para mitigação.

Extrapolações desse cenário feitas com base nos dados disponíveis em 2023 mostram que, mesmo sem novos lançamentos de foguetes, o número acumulado de colisões catastróficas crescerá no longo prazo, passando de uma base zero em 2025 para quase 700 em 2225.

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