O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno disse nesta sexta-feira, 18, em entrevista à GloboNews que o ex-presidente Jair Bolsonaro nunca recebeu dinheiro em espécie do tenente-coronel Mauro Cid.
“O presidente Bolsonaro nunca recebeu nenhum valor em espécie do Cid referente à venda de nada”, afirmou Cunha Bueno ao comentar a investigação sobre a venda de presentes diplomáticos que Bolsonaro deveria ter devolvido ao patrimônio da União.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e da ex-primeira-dama na investigação.
Mensagens recuperadas pela Procuradoria-Geral da República apontam que havia agentes do setor de inteligência da PM do DF infiltrados no acampamento.
O criminalista também confirmou que falou ontem por telefone com o advogado Cezar Bitencourt, que representa Mauro Cid, mas negou ter alinhado qualquer estratégia com o colega. A versão é que a ligação foi apenas para oferecer acesso aos autos do inquérito.
Bitencourt declarou nesta quinta-feira, 17, em entrevista à revista Veja, que o tenente-coronel vendeu as joias “a mando de Bolsonaro” e entregou o dinheiro obtido com a transação ao ex-presidente. O advogado de Mauro Cid mudou a versão, como antecipou o Estadão, e agora tem declarado que o cliente não agiu a partir de um pedido expresso do ex-presidente.
Na entrevista, Bueno repetiu o discurso de Bolsonaro ao Estadão, que mais cedo negou ter conhecimento da venda dos presentes diplomáticos, e afirmou que Mauro Cid tinha “autonomia”.
“O Cid evidentemente tem muita autonomia. Imagina a quantidade de demandas que chegam a ele e que ele tem que resolver sem o presidente da República”, defendeu.