O economista e consultor Adriano Pires informou nesta segunda-feira (4) conforme o jornal O Globo, que desistiu de ocupar a presidência da Petrobras. Adriano havia sido indicado pelo Palácio do Planalto para o cargo na semana passada, para substituir o general Joaquim da Silva e Luna.
As relações de Rodolfo Landim e do consultor Adriano Pires com o empresário Carlos Suarez, sócio de distribuidoras de gás no Brasil, já levantaram preocupações no Ministério da Economia desde o anúncio dos dois para cargos na Petrobras.
Como um dos consultores mais requisitados do país em assuntos de energia, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pires contrariou vários pontos das propostas defendidas pelos auxiliares de Guedes.
Landim foi indicado e depois desistiu de assumir o conselho de administração da estatal. Adriano Pires, por sua vez, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a presidência da empresa no lugar de Joaquim Silva e Luna, general da reserva e ex-ministro da Defesa.
Conflito
Como mostrou a colunista do O Globo Malu Gaspar, as razões que levaram Landim a desistir da Petrobras são os conflitos de interesse provocados pela ligação de décadas com o empresário Carlos Suarez, sócio de oito distribuidoras de gás no Brasil. Essa mesma razão pode levar Pires a desistir do cargo de presidente.
Suarez é figura conhecida em Brasília e com forte interlocução junto ao Congresso Nacional, especialmente com lideranças do Centrão — o grupo de partidos que apoia Bolsonaro.
Integrantes da equipe econômica afirmam que ele foi um dos principais articuladores contra a aprovação do Novo Marco do Gás, proposto em 2019 pelo ministro Paulo Guedes e só aprovado dois anos depois. Guedes dizia que, com esse programa, iria dar um “choque de energia barata” para a indústria e os consumidores.