quinta-feira 21 de novembro de 2024
Sudão e Israel concordaram em 23 de outubro para normalizar as relações, em um acordo mediado pelos EUA para encerrar décadas de hostilidade que foi amplamente saudado, mas despertou a raiva palestina. O anúncio torna o Sudão, tecnicamente em guerra com Israel desde sua fundação em 1948, o quinto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com o Estado judeu. Mais
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domingo 25 de outubro de 2020 às 07:58h

Acordo diplomático entre Sudão e Israel divide o Oriente Médio

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Sudão e Israel fecharam um acordo nesta sexta-feira (23) para normalizar suas relações, sob os olhos atentos do presidente americano, Donald Trump, uma aproximação histórica celebrada por aliados do Oriente Médio e duramente criticada pelos palestinos e pelo Irã.

O Sudão é o terceiro país árabe a anunciar desde agosto o estabelecimento de relações com o Estado judeu, depois dos Emirados Árabes Unidos e o Bahrein.

Estas foram as principais reações após o anúncio:

Estados Unidos

“GRANDE vitória para os Estados Unidos e para a paz no mundo. Sudão aceitou um acordo de paz e normalizou (sua relação) com Israel”, tuitou Donald Trump.

“Temos pelo menos cinco (países árabes) que querem se juntar”, disse Trump, em uma conversa por telefone com os primeiros-ministros do Sudão e Israel, pouco depois do anúncio.

Sudão

Sudão confirmou na noite de sexta-feira o estabelecimento de suas relações com Israel, o que deve “encerrar o estado de agressão” reinante entre os dois países por muitas décadas, informou a televisão estatal sudanesa.

Israel

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como uma “mudança formidável” a evolução das relações diplomáticas com o Sudão.

“Hoje Cartum disse sim à paz com Israel, sim ao reconhecimento de Israel e à sua normalização com Israel”, celebrou Netanyahu, agradecendo os líderes sudaneses e ao presidente americano.

 Palestina

A presidência palestina condenou e rejeitou o acordo com “o país de ocupação israelense que usurpa terras palestinas”.

“Não tem o direito de falar em nome do povo palestino e da causa palestina”, afirmou.

Hazem Qasem, porta-voz oficial do Hamas -movimento islâmico no poder na Faixa de Gaza-, criticou com dureza este acordo, classificando-o como “pecado político que prejudica o povo palestino e sua justa causa, prejudica também o interesse nacional do Sudão (…) e só beneficia a Netanyahu”.

Egito

O presidente Abdel Fatah al-Sisi, cujo país foi o primeiro da região a estabelecer relações diplomáticas com o Estado Judeu em 1979, celebrou “os esforços conjuntos de Estados Unidos, Sudão e Israel para a normalização das relações entre Sudão e Israel”.

“Aprecio todos os esforços que buscam uma estabilidade e a paz na região”, disse pelo Twitter o líder egípcio.

Bahrein

Manama, que acertou em setembro um acordo de normalização de suas relações com Israel, felicitou os dois países por esta “etapa histórica”, em um comunicado de seu ministério de Relações Exteriores.

O país reiterou seu apoio ao Sudão “em seus esforços incessantes para a transição até um novo estado de desenvolvimento, progresso e prosperidade e com o objetivo de exercer um papel ativo e construtivo na comunidade internacional”.

Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos, que também normalizaram suas relações com Israel recentemente, comemoraram a decisão do Sudão.

“É uma importante etapa para a consolidação da segurança e da prosperidade na região”, segundo o ministério das Relações Exteriores, citado pela agência de imprensa oficial dos Emirados.

 Irã

Inimigo jurado de Israel e dos Estados Unidos, Irã desdenhou da decisão anunciada na sexta-feira por Washington.

“O anúncio da Casa Branca sobre o Sudão não pode ser mais simbólico. Pague o suficiente, feche os olhos sobre os crimes contra os palestinos e será retirado de sua suposta lista negativa do ‘terrorismo’. A lista é tão falsa como a luta dos Estados Unidos contra o terrorismo. Vergonhoso!”, tuitou a chancelaria iraniana.

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