O primeiro vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, não considera que o seu partido faça parte da base do governo federal, a despeito da presença em três ministérios do presidente Lula da Silva (PT). O ex-prefeito de Salvador diz que sua sigla nunca embarcou no governo, e por isso não há sentido em falar de um desembarque. Ainda assim, ACM Neto define a relação do partido com o executivo como ‘complexa’.
Na semana passada, Lula criticou o prefeito de Teixeira de Freitas, cidade no extremo sul da Bahia, que é do União Brasil. O diretório estadual repudiou a fala do presidente.
“Este governo cheira um pouco a mofo, com práticas ultrapassadas. Privilegiam o varejo com o congresso, ‘tome emenda e me dê voto’”, disse ACM Neto para uma plateia de investidores no evento Tag Summit.
Em análise sobre a polarização política no País, ACM Neto diz que o Nordeste não é petista ou de esquerda, mas é lulista. Ele apontou erros na relação do governo de Jair Bolsonaro (PL) com a região. “Bolsonaro poderia ter feito políticas públicas desde o início e não fez, poderia ter tido outra postura diante da pandemia e poderia ter feito alianças políticas”, afirma. À frente, ele indica que o bolsonarismo não deve conseguir superar Lula em 2026, mas pode se esforçar em reduzir a diferença vista nas eleições anteriores.