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sexta-feira 3 de setembro de 2021 às 06:07h

ACM Neto evita embate com Lula para não nacionalizar eleição ao governo da Bahia

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Provocado por jornalistas a comentar uma declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada na Bahia, o ex-prefeito e pré-candidato não declarado ao governo, ACM Neto (DEM), não respondeu. O democrata soteropolitano quer evitar conforme o jornal Tribuna, entrar em embate com o ex-chefe do Palácio do Planalto para não nacionalizar a eleição, e acabar favorecendo o senador Jaques Wagner (PT) na disputa pela administração estadual.

Na semana passada, em Salvador, Lula afirmou que não tinha o que “conversar politicamente com ACM Neto”, e acrescentou que o ex-prefeito “definiu que o PT é inimigo dele”. “Ele vai trabalhar para me derrotar”, afirmou o ex-presidente. Neto não quis falar sobre as declarações do petista. Questionada pela Tribuna se não pretende responder a Lula para não nacionalizar o embate na Bahia, Neto disse: “exatamente”. Perguntado também se foi um erro político do ex-senador ACM (ex-PFL, hoje DEM) entrar em confronto político com Lula na eleição de 2006, Neto afirmou: “sem dúvida”.

Naquela eleição, o ex-senador, que apoiava o governador e postulante à reeleição Paulo Souto (ex-PFL, hoje DEM), teve um duro embate contra Lula. ACM chegou a subir na tribuna do Senado para dizer que o hoje ex-presidente podia “ter popularidade, mas não (tinha) dignidade para presidir o país, porque se mistura com os porcos que o cercam e depois joga a culpa para os porcos, quando o porco maior é ele”. O baiano atacou Lula por dividir o mesmo palanque com o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, na época investigado no caso dos sanguessugas.

Dias depois, em campanha na Bahia, Lula chamou ACM de “hamster”. “Tem gente velha na política da Bahia que dava tapa na mesa para ser recebido por presidentes e foi chamado de ‘leão do Nordeste’. Para mim, ele é um hamster, que faz muita bravata. Só que não tenho medo de cara feia e, para falar comigo, ele tem que virar civilizado, como era o seu filho (Luís Eduardo Magalhães, morto em abril de 98)”, disse Lula, ao provocar ACM Neto dizendo: “aqui tem um deputadozinho, um baixinho, que gosta de tirar proveito de obras federais”.

Levantamento recente do Instituto Paraná Pesquisas mostra que ACM Neto mantém a liderança na disputa ao governo da Bahia no próximo ano, mas o ex-presidente Lula virou uma ameaça para a vitória do democrata. De acordo com a consulta, se a eleição fosse hoje, ACM Neto teria 52,3% dos votos. Já Jaques Wagner aparece em segundo lugar, com 25,4%. Mas, quando o eleitor sabe que o ex-presidente Lula apoia Wagner, o senador tem um amplo crescimento. Segundo o instituto, o petista da Bahia aparece com 35% das intenções. Já quando o eleitorado sabe da possível dobradinha de Neto e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o democrata cai para 37,9%.

Para tentar atenuar o “efeito Lula”, Neto tem dito que “a eleição presidencial não vai resolver a eleição para governador da Bahia”. Tem afirmado ainda que conseguiu vencer o pleito para prefeitura de Salvador em 2012 contra Nelson Pelegrino (PT), mesmo com o petista tendo o apoio de Lula. O ex-prefeito democrata tem ressaltado também que, se eleito governador, conseguiria administrar o estado, mesmo tendo um presidente da República adversário político.

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