O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), afirmou, em entrevista publicada no jornal Folha online, que acha “muito cruel” a vida do político, ao comentar sua saída da vida pública, após 36 anos.
Após criticar o “excesso de poder” dos órgãos fiscalizadores, o emedebista reclamou do que considera uma injustiça. “Essas coisas de delação premiada, o cara chega lá e fala e depois você é quem tem que provar? Igual no meu caso. O Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras] foi lá e falou que eu assisti a uma conversa onde o Sérgio [Cabral] pediu R$ 30 milhões para a campanha, nunca teve essa conversa. Fiquei três dias no Jornal Nacional, uns dois na primeira página do Globo, da Folha, de tudo que é jornal. Fui absolvido por unanimidade, sai lá na página de obituário, numa tirinha desse tamanho assim. Você acha isso justo?”, questionou Pezão.
O governador do Rio negou ainda ter recebido mesada de R$ 150 mil, como acusou o delator Carlos Miranda. “Não, pô. Vê a evolução patrimonial, sempre publico meu Imposto de Renda no Diário Oficial”, disse.
Em seguida, comentou que deu entrada em sua aposentadoria do INSS, de R$ 5,1 mil. “Acho muito cruel a vida do político. Não estou me queixando, mas vou dar um exemplo. Só com esse dinheiro e o dela [sua mulher], não dá para a gente viver. Se em janeiro eu arranjar um emprego numa empresa para a qual dei um benefício fiscal, vou apanhar. Se for para um cargo público, você apanha de tudo que é jeito”, declarou.