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segunda-feira 27 de janeiro de 2025 às 19:51h

‘Acabou para o governo Lula’: bolsonaristas repercutem pesquisa que mostrou queda na aprovação do petista

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Parlamentares bolsonaristas repercutiram nas redes sociais o resultado da nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira, que mostra queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O índice de aprovação recuou cinco pontos, de 52% para 47%, e ficou pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão. Segundo o levantamento, 49% agora dizem desaprovar a atuação do presidente, dois pontos a mais do que o índice dos que aprovam.

O senador Flávio Bolsonaro (PL) disse que “acabou para o governo Lula” e disse que vai continuar “batalhando para impedir que o trabalhador pague” por uma gestão “tão ruim”.

Já o senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que o “prazo de validade’ do governo Lula “venceu”.

“Em queda livre. Lula despenca em aprovação nas pesquisas, confirmando tudo que já sabemos: o prazo de validade venceu”, escreveu Seif.

O ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) disse que a queda dá aprovação do governo se dá porque “não cumpre promessas”, por “notícias negativas” e pela “percepção de piora da economia e alta de preços”.

Alta da desaprovação

Como a margem de erro da pesquisa é de 1 ponto, os índices de aprovação e desaprovação ainda estão tecnicamente empatados, no limite da margem. Os dados da pesquisa, porém, indicam uma trajetória de alta da desaprovação, enquanto a aprovação sofreu um tombo desde dezembro, em paralelo à crise envolvendo o Pix.

Nos 12 levantamentos sobre a avaliação do governo Lula realizados periodicamente pela Quaest desde fevereiro de 2023, esta foi a primeira vez em que o percentual de desaprovação superou o de aprovação.

Segundo a pesquisa, os grupos em que o balanço é mais desfavorável ao presidente são os evangélicos, onde 59% desaprovam o governo e 37% aprovam; e os autodeclarados brancos, entre os quais 60% dizem reprovar a atual gestão, contra 38% que afirmam aprová-la.

Queda nas principais bases

A queda de aprovação do presidente, porém, foi mais pronunciada em grupos nos quais Lula goza de maior prestígio. Entre os eleitores da região Nordeste, 59% afirmam aprovar o governo na pesquisa deste mês, e 37% desaprovam. Há cerca de três meses, em outubro de 2024, a gordura era mais ampla: à época, 69% manifestavam aprovação ao governo, contra 26% que o reprovavam.

Lula também viu sua aprovação despencar neste mês no eleitorado feminino. De acordo com a pesquisa, 49% das mulheres afirmam agora aprovar o governo, contra 54% em dezembro. Já o índice de desaprovação, em trajetória de alta entre as mulheres desde julho de 2024, passou de 44% para 47% neste último mês.

Outro grupo que ajuda a explicar a queda na aprovação do presidente em janeiro é o eleitorado mais pobre, com renda mensal de até dois salários mínimos. Nesta faixa, 56% disseram aprovar o governo neste mês; em dezembro, eram 63%.

A pesquisa também constatou que a atuação do governo Lula na crise do Pix teve repercussão amplamente negativa entre os entrevistados. A controvérsia, que terminou em recuo do governo no início deste mês, teve início na publicação de um ato normativo da Receita Federal que estipulava novas regras para a coleta de informações de transações financeiras junto a instituições bancárias.

A oposição ao governo Lula aproveitou a menção específica ao monitoramento de transações via Pix para aventar a hipótese de que o governo passaria a taxar essa modalidade, embora essa previsão não constasse na norma da Receita. Impactado com a repercussão do discurso, o governo inicialmente tentou defender a resolução, mas optou posteriormente por revogá-la.

O levantamento da Quaest indica que a avaliação do governo Lula teve alterações bastante distintas entre eleitores petistas e entre o grupo que diz ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. De acordo com a pesquisa, a desaprovação de Lula entre os eleitores de Bolsonaro, que era de 80% em dezembro, passou a 88% neste mês. Já a aprovação recuou na mesma medida, de 18% para 10%.

Entre os eleitores de Lula, por outro lado, a situação foi a inversa: a aprovação oscilou positivamente, de 77% para 81%, ao passo que a desaprovação, que era de 22% em dezembro, passou para 17% neste mês.

Entre os que votaram em branco ou anularam no segundo turno de 2022, a desaprovação a Lula registra viés de alta desde outubro do ano passado, quando era de 46%. Agora, aparece em 55%. Já a aprovação ao governo neste grupo, que era de 49% há cerca de três meses, hoje está em 38%.

A Quaest entrevistou 4,5 mil pessoas em todo o país, de forma presencial, entre os dias 23 e 26 de janeiro.

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