A safra de soja do Brasil neste ano ficará abaixo das expectativas, disse nesta quarta-feira (12) a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que reduziu a projeção de colheita em 4,8 milhões de toneladas devido a problemas climáticos.
O volume previsto, de 140 milhões de toneladas, ainda é um patamar recorde, mas a associação que reúne as principais tradings e processadoras de grãos admite a possibilidade de novas reduções na estimativa, a depender da evolução do clima, especialmente a seca no Sul.
“Trata-se de uma situação adversa e a Abiove permanece acompanhando a evolução da produtividade durante as próximas semanas para avaliar eventuais futuras perdas ocasionadas pelas condições climáticas atípicas”, disse o economista-chefe da associação, Daniel Amaral, em nota.
A projeção de colheita –que está em fase inicial– ainda supera a máxima obtida na safra passada, de 138,5 milhões de toneladas. Isso acontece devido ao crescimento da área plantada.
Ainda assim, a Abiove diminuiu a estimativa de exportação e estoques de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa.
Os embarques do grão do país estão estimados em 91,1 milhões de toneladas em 2022, ainda um patamar recorde, ante 93,4 milhões na projeção anterior e contra 86,1 milhões em 2021.
Os estoques finais de soja do Brasil estão agora estimados a cerca de 4 milhões de toneladas, versus 6,4 milhões na estimativa anterior.
A Abiove manteve a previsão de processamento de soja no país em recorde de 48 milhões de toneladas em 2022, versus 46,5 milhões em 2021.
“Com o esmagamento inalterado, as produções estimadas tanto do farelo quanto de óleo de soja permanecem em 36,7 milhões de toneladas e 9,7 milhões de toneladas, respectivamente”, disse Amaral.