O empresário Abilio Diniz escreveu, em um post no LinkedIn, que a vitória de Javier Milei à presidência da Argentina pode representar esperança àquele país, embora as dificuldades sejam enormes, como aconteceu no governo de Maurício Macri, que não conseguiu implantar as reformas prometidas. O governo Macri antecedeu o do atual presidente, Alberto Fernández.
“Como economista e como empresário, acompanho de perto a Argentina e seu povo”, escreveu Diniz. “Neste momento, estou torcendo muito por Milei e por uma efetiva mudança econômica e social porque estou torcendo por todos os argentinos.”
Segundo ele, a vitória de Milei pode não ter sido tão surpreendente porque, de acordo com números da Consultoria Eurasia Group, “cerca de 45% da população mundial está insatisfeita e contra os poderes constituídos e seus governantes. É claro que, nos países com mais dificuldades econômicas e sociais, esse descontentamento é mais acentuado”.
Diniz escreveu ainda sobre a longa crise argentina, com “anos e anos perdidos, num país que teria tudo para ser um vencedor. Mas não.”
Para Diniz, Macri representou “uma grande esperança, com propostas de centro e que no papel pareciam ser a solução. Não conseguiu implantar quase nada de seus planos no seu mandato presidencial (2015- 2019). A crise se aprofundou, e ele acabou entregando o país a uma velha esquerda conhecida, antiquada e fracassada. É claro que o governo do peronista Alberto Fernández só poderia dar errado”.
De acordo com ele, os problemas econômicos e sociais da Argentina não se resumem à alta inflação. “Inflação é apenas a ponta do iceberg”, escreveu. “O descontrole fiscal, a desordem orçamentária, o tamanho do Estado, a enorme pobreza, a crescente insegurança pública e a imensa desigualdade social explicam melhor o sofrimento do povo argentino.”
Diniz afirma que o governo Milei buscará provavelmente uma mudança radical. “Seguindo os ensinamentos de Einstein: Não se pode fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, afirmou. “Tenho a esperança de que Milei desça do palanque e talvez não precise, nem queira, seguir caminhos tão radicais como vinha anunciando na campanha.”
Ele escreveu ainda acreditar que alguns membros de seu governo venham da equipe de centro de Patrícia Bullrich. “É claro que isso é apenas um desejo e uma esperança, mas não é impossível. Acho que o povo argentino está merecendo um futuro melhor. O sofrimento é muito grande e vem de longo tempo.”