“A seca aqui está feia, é difícil para nós”, desabafou emocionado em entrevista na TV Sudoeste, o lavrador José Santos, que vive em um dos 11 distritos que estão em situação de emergência em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Por causa da estiagem, rios e açudes secaram na região e a população depende de carros-pipa para fazer atividades básicas, como tomar banho e cozinhar.
Segundo a prefeitura da cidade, 16 caminhões-pipa são abastecidos três vezes ao dia e levam água para 120 comunidades da zona rural. Mesmo assim, a água que chega na casa dos moradores é insuficiente para cuidar de todas as tarefas de casa e do campo.
Moradora do povoado de Cachoeira das Araras, Laurita Batista contou que o abastecimento demora para chegar na região. Segundo ela, a “salvação” da família tem sido a água salgada, usada em grande parte das atividades domésticas.
“O caminhão demora de vir e, quando vem, é para todo mundo [da comunidade]. Usamos a água salgada para tomar banho, lavar roupa e lavar casa. Temos que agradecer a Deus pela água salgada”, contou.
No mês de outubro, foi registrado apenas um milímetro de precipitação, segundo a Estação Meteorológica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). A previsão para os próximos dias também não é otimista e, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva deve cair apenas em novembro.
A previsão preocupa o aposentado Joel Moreira, que cuida de gados na região. Sem pasto verde, o aposentado precisou comprar ração para os animais.
Além da comida, ele se preocupa com a água necessária para os bichos. Durante o ano, o aposentado armazena água da chuva para se prevenir de situações como esta, mas a última remessa já está no final.
“Se acabar aí, vou precisar pagar pipa direto para trazer água. A esperança é uma só, precisa chover”, afirmou o aposentado.