Aos 89 anos, Lucia Borges Maggi é a mulher mais rica do Brasil, segundo o ranking de bilionários deste ano publicado pela revista Forbes. Com uma fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões (cerca de R$ 32,3 bilhões), a empresária ocupa a 350ª colocação entre os mais ricos do mundo.
Junto com o marido André, Lucia fundou em 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR), a Sementes Maggi, embrião do que hoje tornou-se uma das maiores exportadoras de soja do mundo. Ela é mãe de Blairo Maggi, ex-governador do Mato Grosso pelo Progressistas, ex-ministro da Agricultura no governo de Michel Temer, ex-senador e um dos nomes mais fortes no agronegócio nacional.
Após a morte de André Maggi, em 2001, Lucia tornou-se a principal acionista da empresa, já estabelecida em Rondonópolis (MT). O grupo expandiu sua atuação para o processamento de grãos, insumos agrícolas, geração de energia elétrica e operações logísticas.
O grupo expandiu do simples plantio para o processamento de grãos, comercialização de insumos agrícolas, geração de energia elétrica e operações logísticas.
Atualmente com o nome de Amaggi, a empresa é a 13ª maior empresa do agronegócio brasileiro com receita de R$ 23,51 bilhões, segundo a Forbes. Lucia é uma das conselheiras do Conselho de Administração da empresa.
Filho foi ministro
Na gestão dos negócios da família de Lucia Maggi, destacou-se também seu filho: Blairo Maggi. Um dos acionistas da empresa, ele foi governador do Mato Grosso por dois mandatos (2003 e 2007), senador e ministro da Agricultura no governo Michel Temer, em 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo reportagem do g1, o prestígio no agronegócio fez com que Blairo ficasse conhecido como “rei da soja” e fosse considerado pela “Forbes” uma das pessoas mais influentes do mundo. Também virou alvo de críticas de várias entidades ambientais. Em 2005, o Greenpeace o contemplou com o prêmio Motosserra de Ouro.
Em 2013, mesmo após forte resistência de parlamentares ligados ao movimento ambientalista, Maggi assumiu a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado.
Blairo Maggi foi investigado pela Procuradora-Geral da República (PGR) após delatores da Odebrecht terem afirmado, em 2017, na Operação Lava Jato, que ele recebeu R$ 12 milhões durante sua campanha à reeleição em 2006 em troca de apoio à construtora. O então ministro negou, à época, que tivesse qualquer relação com a empresa e seus dirigentes.
Em 2018, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento do inquérito. Ele atendeu a um pedido feito pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que afirmou que a PGR não encontrou provas contra ele e o deputado Zeca do PT, também citado pelos delatores.