Assim como no mundo dos negócios, uma comunicação eficaz também é imprescindível para o sucesso no meio político, seja durante um mandato, em momentos de crise ou até mesmo em campanhas eleitorais. Para que isso ocorra de forma eficiente e eficaz, recomendo que se avalie figuras políticas como um produto ou marca, ou seja, que possuem um público-alvo e persona específicas e que precisam fortalecer o seu posicionamento para se tornarem conhecidos e próximos dos seus interlocutores.
Nesse sentido, queria compartilhar algumas estratégias e pontos de atenção para ficarmos atentos na hora de pensar na campanha de marketing político. O primeiro ponto que gostaria de abordar é sobre a necessidade de se buscar um equilíbrio muito estruturado na brand voice, o chamado tom de voz, do candidato ou parlamentar.
E, para igualar essa balança, não adianta construir, por exemplo, um discurso que dialogue apenas com a militância. Eles são um grupo importante, e com quem o estadista fala na maior parte do tempo, mas é preciso lembrar que assim como nos negócios, conquistar novos mercados também é necessário para ganhar força, principalmente em períodos eleitorais e em momentos de crise.
Ademais, não se trata apenas de montar uma estratégia sobre com quem falar, mas também de avaliar de que forma falar com cada pessoa. E para isso, recomendo que o político reserve parte da sua verba para o investimento em ferramentas tecnológicas, como Big Data, Analytics e instrumentos de marketing digital, que podem ser aliados valiosos na construção de um discurso e no engajamento.
Para ilustrar essa afirmação, quero compartilhar um case que considero exemplo de tudo o que mencionei aqui. Estou falando da ascensão do democrata Bernie Sanders, nas eleições presidenciais americanas em 2016. Nas pesquisas preliminares, o candidato tinha apenas 3% das intenções de votos. Basicamente, Sanders tinha dois problemas para resolver: a ausência de doações e a falta de conhecimento da população sobre a “sua marca”.
Para resolver o desafio de falta de financiamento, foi criada uma campanha de arrecadação de fundos com um discurso personalizado de acordo com o perfil do eleitor, mapeado com algumas das ferramentas de análise de dados já mencionadas. Com a estratégia, foram arrecadas mais de 200 milhões de dólares.
Já para resolver a questão da popularidade, foram produzidos diversos conteúdo em vídeos para que o seu tom de voz fosse alinhado e conhecido pelas massas. A divulgação desses materiais em diversos veículos de comunicação – nas redes sociais inclusive – fez com que as intenções de voto dos candidatos saltassem de 3% para 43% ao final da campanha.
O caso do presidenciável americano reforça algumas das estratégias que comentei acima: equilíbrio no tom de voz, conquista de mercado e investimento em ferramentas digitais. Acredito que essas três ações combinadas são o norte de uma comunicação política assertiva. Foque nesses pontos e tire o plano de comunicação do papel. Tenho certeza de que será um sucesso!
Por Sérgio Lima – CEO da S8Wow, uma das principais agências de comunicação com soluções omnichannel do país.