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sábado 18 de junho de 2022 às 18:26h

“A gente precisa cuidar desse povo e desse país”, diz Lula durante ato em Aracaju

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Em seu discurso no ato do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, em Aracaju (SE), no início da tarde deste sábado, 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil e seu povo precisam ser cuidados. Para isso, ele defende que o governo precisa deixar o conforto dos palácios em Brasília para conhecer de perto os problemas do povo, assim como ele fez em 2003, logo após assumir o mandato.

“A gente vai cuidar desse povo e desse país. A palavra cuidar é melhor do que governar, porque governar parece que está por cima, para cuidar tem que estar junto. E para cuidar corretamente a gente vai ter que ouvir vocês”, afirmou ele aos milhares de presentes ao evento no Centro de Convenções de Aracaju.

Para Lula, é importante que o governante esteja perto do povo, para saber os problemas reais. De Brasília, segundo ele, fica muito mais difícil conhecer as prioridades de cada local e da população mais humilde, que não tem recursos para ir ao Distrito Federal pressionar os governantes, ao contrário dos mais ricos.

“Um presidente da República não pode querer governar o país a partir de Brasília, ele tem que saber que o povo pobre e trabalhador tem muita dificuldade de chegar a Brasília. A partir de lá você não consegue enxergar o Brasil, você precisa sair e visitar os Estados. Quando tomei posse em 2003, coloquei todos os ministros dentro do avião presidencial e fui visitar os lugares mais pobres desse país. Para eles saberem para quem eles tinham que governar de verdade, porque se a gente não faz isso, a gente governa para quem vai para Brasília fazer pressão, que são os banqueiros, os empresários”, relatou.

O ex-presidente lembrou dos problemas que encontrou quando assumiu a presidência há 19 anos, com a inflação e o desemprego em alta, o país sem reservas internacionais e com uma dívida pública altíssima, equivalente a 65% do PIB. Com essa experiência, ele afirma que pode recuperar o Brasil novamente.

“Eu falei ‘nós vamos resolver’. Eu fui torneiro mecânico e trabalhei muito tempo na manutenção. E vocês sabem que quem trabalha na manutenção, trabalha para resolver as coisas que parecem impossíveis. Eu falei ‘pois bem, vou resolver esse negócio’ e em 2005. a dívida pública já tinha caído para 35% do PIB e a inflação estava na meta. E começamos a gerar emprego, não é difícil gerar emprego. Para gerar, você precisa acreditar que o Estado é o indutor do desenvolvimento. Sem isso, o empresário não vai acreditar e não vai investir”, completou.

Lula também contou que a imprensa brasileira nunca relatou que, durante seu governo, nem ele nem os ministros que formavam seu gabinete receberam aumento de salário. Para ilustrar, ele contou um episódio do início de seu mandato, quando o então presidente do Senado, Ramez Tebet, fez uma visita ao seu gabinete.

“Ele foi me dizer que estava autorizado a aumentar o meu salário e dos ministros. Eu disse ‘eu não vou passar para a história como o presidente que a primeira coisa que fez ao assumir o cargo foi aumentar o próprio salário’ e por conta disso, nós ficamos 8 anos sem aumento. Nenhum ministro meu, se recebesse alguém, podia pagar um almoço para o convidado sem ser do próprio bolso. Nunca ninguém contou isso na imprensa”, reclamou.

Juntos pelo Brasil e por Sergipe

O senador Rogério Carvalho (PT), pré-candidato ao governo de Sergipe, comemorou em seu discurso, no início do ato, a união entre os sete partidos que formam o movimento Vamos Juntos Pelo Brasil. Para ele, a aliança entre pessoas que já disputaram entre si pode ser essencial para uma retomada democrática do país.

“Vivi três anos no Senado uma ameaça permanente contra a democracia, toda semana tinha uma agressão contra as instituições republicanas. Sou de uma geração que acompanhou várias disputas democráticas neste país. Hoje mostramos que é possível, que aqueles que estiveram em lados divergentes podem se unir e superar as diferenças para defender a democracia e reconstruir este país”, afirmou.

Para o senador, a reserva de petróleo e gás da Bacia de Sergipe faz do Estado “um pote de ouro, coberto por uma camada de miséria” e que os recursos já poderiam estar em exploração, se a Petrobras não tivesse sido submetida a um desmonte constante desde o governo Temer, ampliado no atual governo.

O deputado federal Márcio Macedo, vice-presidente nacional do PT, defendeu a volta do partido ao governo, tanto de Sergipe quanto do federal, para que o crescimento econômico e o desenvolvimento possam voltar.

“Este país derramou muito sangue na luta pela democracia e levou muito tempo na luta pela liberdade. Estamos aqui escrevendo um novo capítulo na história do nosso Estado e do nosso país, daqui vamos abrir as portas para Sergipe voltar a ser feliz de novo. Vamos voltar a ter o orçamento participativo e políticas de saúde, incrementar as cadeias produtivas para o povo voltar a ter emprego e renda, especialmente os nossos jovens”, disse ele.

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