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Ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. - Foto: Isac Nóbrega/PR
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quarta-feira 29 de junho de 2022 às 06:46h

A delicada missão de Braga Netto na campanha de Bolsonaro

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Os líderes do Centrão não gostaram, mas já assimilaram a decisão de Jair Bolsonaro (PL) de ter Walter Braga Netto como vice na sua chapa à reeleição, ao invés da ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS).

Tanto que já deram ao general de acordo com a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, uma missão tão importante quanto delicada – e não é a de evitar o impeachment de Bolsonaro. Já que não é homem de fazer discurso em palanque e “virar voto”, o vice vai ajudar no esforço de arrecadar recursos para a campanha.

Nos próximos três meses, o general deve ser visto com mais frequência nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, onde está a maioria dos potenciais  doadores.

A primeira reunião com empresários ocorreu no Rio, na sexta-feira passada (24), na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Pela programação oficial, Braga Neto foi ouvir os pleitos dos empresários fluminenses. Segundo a assessoria da Firjan, Braga Neto não falou  sobre dinheiro nesse encontro, do qual participaram cerca de 40  pessoas em uma reunião fechada.

Mas na campanha, a expectativa era de que, nos bastidores,  o general conseguisse convencer pelo menos alguns deles a doar recursos.

Para que se tenha uma ideia do tamanho do desafio, a estimativa dos estrategistas de Bolsonaro é de que serão necessários R$ 400 milhões para custear todas as campanhas da chapa – presidencial, estaduais e para o Parlamento. Só que o Fundo Eleitoral reservado para o PL, o partido do presidente, é de R$ 288,5 milhões. Para que se tenha comparação, o PT terá R$ 503 milhões.  Em 2018, Bolsonaro declarou ter gasto apenas R$ 2,8 milhões.

Integrantes da campanha afirmam que a interlocução de Braga Netto com empresários tem a finalidade de “apresentar as entregas e benefícios à população, apresentar projetos para o futuro e colher percepções e sugestões”. “A arrecadação para campanha fica mais para os políticos, mas ele estará presente nas reuniões”, disse à coluna um interlocutor do presidente.

Nesta campanha, embora as doações de empresas sejam proibidas, as de pessoas físicas são permitidas, e são essas que os principais candidatos estão buscando.

A principal aposta do PL é de que Bolsonaro receba doações espontâneas de apoiadores Brasil afora, que seriam feitas pelo site, via crowndfunding. Lula, por exemplo, tem feito jantares com convites pagos e acaba de lançar uma campanha chamada “faça um Pix para o PT”.

O cenário em que Braga Neto se lança nessa nova tarefa é especialmente desafiador porque, ao contrário do que o núcleo político da campanha esperava, não está sendo fácil arrecadar recursos.

O último grande evento de arrecadação, que reuniu mais de cem ruralistas na casa do dono da farmacêutica União Química, em Brasília, no final de maio, teve resultado pífio.

Segundo membros da campanha que supervisionaram o evento, foram muito poucas doações e de valores pequenos. Bolsonaro chegou a comparecer, mas a avaliação na campanha é de que havia muita gente e ele não pôde dar atenção aos potenciais doadores. “Os caras querem apertar a mão do presidente, olhar no olho dele, e com toda aquela gente, não deu”.

Por isso, ficou decidido conforme Malu Gaspar, que, a partir de agora, as reuniões com potenciais doadores serão menores, feitas por membros da campanha que tenham contato mais próximo com cada empresário ou grupo.

O principal arrecadador hoje é o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Mas Braga Netto, se junta a esse esforço em posição de destaque porque, além de vice, é general. Outra liderança que recebeu a missão de arrecadar recursos foi a própria ex-ministra Tereza Cristina, que já se reuniu com empresários no Mato Grosso do Sul, onde disputa a eleição para o Senado

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