O ator Marcos Palmeira diz que até parou e refletiu: “Será que é hora? De repente…”. Mas concluiu que “não é o momento” para ser vice da presidenciável Marina Silva (Rede), possibilidade que passou a ser considerada pela equipe de campanha da ex-senadora nos últimos dias. “Me deixou super-honrado ver que eles conseguem me enxergar nessa posição, mas não é o momento. Estou apoiando Marina, mas não tenho pretensão de ocupar cargo”, afirmou o ator.
Palmeira é filiado à Rede e apoiou Marina nas eleições de 2010 e de 2014. Conforme a Folha de S.Paulo publicou na última sexta-feira (27), o ator é um dos cotados para a função por agradar à base do partido, segundo Pedro Ivo Batista, um dos porta-vozes nacionais da sigla e principal articulador político da presidenciável. “Hoje não me vejo numa situação dessa”, segue Palmeira. “Acho que tem pessoas muito mais capacitadas.” Ligado à causa ambiental e também produtor de alimentos orgânicos, ele diz que pode contribuir mais com a candidatura estando de fora.
O ator vê Eduardo Bandeira de Mello como “um cara interessante” para o posto —presidente do Flamengo e filiado à Rede, ele é apontado hoje internamente como outro candidato forte a vice. Caso se concretize a aliança do partido com o PV, possibilidade que ganhou força no fim de semana, “Eduardo Jorge seria incrível e teria muito a colaborar”, avalia Palmeira. Jorge, que enfrentou Marina no pleito de 2014, defende no PV a aliança com a presidenciável. A Rede ofereceu à legenda a vaga de vice, mas ainda não houve resposta ao convite. A dificuldade de Marina para fechar coligações, na opinião de Palmeira, é fruto da proposta diferente que sua legenda encampa. “Falam que se ela não compor ela não vai governar. Mas o PT compôs com todo mundo e não conseguiu governar. Michel Temer foi a mesma coisa”, afirma.”Se for para se coligar com todo mundo, ela vai ganhar perdendo. Se ela fizer uma aliança com a sociedade, aí sim ela vai ganhar ganhando”, continua o ator, ecoando o discurso da presidenciável.
Sem contrato fixo com a TV Globo no momento, Palmeira está liberado para aparecer em propagandas da candidata. Ele diz que quer participar de anúncios, ir a eventos e subir no palanque de Marina. Para ele, a ex-senadora “é a candidata que sofre o maior preconceito entre os candidatos. É a mais falada e a menos ouvida”. A vitória dela, diz o ator, representaria uma quebra da polarização e um avanço para a luta contra a corrupção. “Ela está só pedindo quatro anos de abstinência dos outros partidos.”