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Nesta próxima sexta-feira (7) o Partido dos Trabalhadores (PT) se reunirá para deliberar sobre a liderança temporária da legenda, em decorrência da indicação da deputada Gleisi Hoffmann pelo presidente Lula da Silva (PT) para assumir a articulação política do Palácio do Planalto. Este movimento é significativo, pois reflete uma reconfiguração nas dinâmicas internas do partido e na relação com o governo federal. O nome do senador Humberto Costa, do estado de Pernambuco, surge como o principal candidato para ocupar esse cargo interino, embora enfrente a concorrência de José Guimarães, líder do governo na Câmara dos Deputados, que também é considerado uma opção viável.
A expectativa entre os membros do governo era de que a nomeação de Gleisi para o Palácio do Planalto pudesse satisfazer a ala que ainda resiste à escolha de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), como presidente do partido, uma decisão que está agendada para ser ratificada em uma eleição interna direta marcada para 6 de julho. No entanto, as lideranças da corrente majoritária do PT, conhecida como Construindo um Novo Brasil (CNB), estão articulando para que Humberto Costa assuma o cargo temporário e utilize essa posição como uma plataforma para se fortalecer como candidato na eleição de julho. Essa estratégia é apoiada por pelo menos três integrantes da executiva petista, que veem em Costa uma figura capaz de unir a legenda em um momento de transição.
É importante notar que Edinho Silva, apesar de ser uma figura central nas discussões sobre a presidência do partido, não faz parte do diretório nacional, o que o impede de se candidatar ao cargo neste momento. A atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, terá que se afastar de sua função para assumir o ministério, conforme as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Ética da Presidência, o que torna urgente a escolha de um substituto que possa completar o mandato até a eleição interna.
Além disso, José Guimarães, que é cotado para o mandato-tampão, já teve seu nome considerado para a Secretaria de Relações Institucionais, mas sua situação se complicou após a menção de seu nome em uma investigação sobre desvio de emendas, o que, segundo interlocutores do Planalto, esfriou suas chances de ser escolhido por Lula. É relevante ressaltar que, embora Guimarães não esteja sendo investigado e negue qualquer irregularidade, essa associação pode ter impactado sua viabilidade política no atual contexto.
Durante uma reunião com Lula, onde foi discutida a entrada de Gleisi na Secretaria de Relações Institucionais, ela sugeriu que Guimarães assumisse o mandato-tampão no PT, o que indica que, apesar das dificuldades, ele ainda é visto como uma opção viável por algumas lideranças do partido. Essa situação revela a complexidade das relações internas do PT e a necessidade de um equilíbrio entre as diferentes correntes e interesses que compõem a legenda, especialmente em um momento de transição política e de articulação governamental.
