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Novo PAC prevê mais de R$ 94 bilhões de investimentos públicos e privados no transporte ferroviário até 2026- -foto: Marcio Ferreira/MT
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segunda-feira 27 de janeiro de 2025 às 17:09h

Antes de anúncio, plano de ferrovias atrai 20 grupos e anima governo federal

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Entre interessados estão operadores líderes no Brasil, como CCR, MRS e Rumo, além de players como Concremat, agora de controle chinês, e suíça MSC

O anúncio oficial do Plano Nacional de Ferrovias do governo está marcado para acontecer em fevereiro. Desde já, contudo, interessados no pipeline de projetos a ser divulgado têm procurado a gestão federal, o que anima quadros da Esplanada, segundo reportagem de Danilo Moliterno, da CNN Brasil.

Fontes disseram à CNN que vinte grupos têm reuniões marcadas com técnicos do governo nos próximos dias para discutir os projetos. Foi reservado um escritório da sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) em São Paulo para as conversas com os investidores.

Os técnicos do governo pontuam que entre este primeiro contato e a realização de um lance no leilão — de a empresa “bidar”, no jargão da infraestrutura — o caminho é longo. Mas destacam que, visto a complexidade dos projetos a serem ofertados, a sinalização do mercado anima a gestão.

Entre os interessados estão operadores de infraestrutura de transporte líderes no Brasil como CCR, MRS e Rumo. Também há reuniões com players como a Concremat, agora de controle chinês, e a suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), conhecida especialmente por transporte marítimo.

O plano de ferrovias conta com cinco projetos, e totaliza cinco mil quilômetros de novos trilhos e investimento de aproximadamente R$ 100 bilhões.

A novidade é de que, para viabilizar economicamente os projetos e torná-los atrativos para a iniciativa privada, a União assumirá de 20% a 30% dos investimentos, dependendo do projeto.

O governo conta com os recursos levantados a partir da repactuação de concessões no setor. Foram fechados acordos com a Rumo e com a MRS Logística.

No fim de dezembro, também foi anunciado um entendimento com a Vale, que se dispôs a pagar até R$ 17 bilhões na extensão das concessões da EFC e da EFVM.

Os detalhes do pipeline ainda são debatidos junto à Casa Civil e ao Ministério da Fazenda, antes do anúncio oficial. O plano já foi apresentado ao presidente Lula.

Confira os projetos previstos:

  1. Corredor Leste-Oeste: Com cerca de 2.400 quilômetros de extensão, é a junção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). A Fiol sai de Ilhéus (BA), tem um trecho já concedido e outro em construção como obra pública. Falta o terceiro trecho. A Fico está sendo executada pela Vale, como contrapartida à prorrogação de seus contratos no setor, e será estendida posteriormente até Lucas do Rio Verde (MT);
  2. Prolongamento da Ferrovia Norte-Sul: Com 477 quilômetros de extensão, ela termina hoje em Açailândia (MA), onde se conecta com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), pertencente à Vale. A EFC, no entanto, é usada prioritariamente para o transporte de minério e há pouca ociosidade para o transporte de grãos. A ferrovia será estendida para o porto de Vila do Conde (PA), criando uma alternativa logística;
  3. Anel Ferroviário do Sudeste: Com um traçado de aproximadamente 300 quilômetros, ligará Vitória (ES) a Itaboraí (RJ). Isso permite conectar a malha da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), pertencente à Vale, à rede operada pela MRS Logística;
  4. Transnordestina: Obra prometida para 2010, mas parada por anos, agora tem previsão de entrega em 2026 ou 2027. No plano, o governo se comprometerá a conceder sua conexão com a Ferrovia Norte-Sul, em Estreito (MA). Serão mais 600 quilômetros de trilhos;
  5. Ferrogrão: Com 933 quilômetros de extensão, entre Sinop (MT) e Itaituba (PA), é o projeto mais desafiador. Tem riscos ambientais e de engenharia. Atualmente, o avanço da Ferrogrão depende de uma conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi acionado por causa dos potenciais impactos em unidades de conservação.

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