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segunda-feira 14 de outubro de 2024 às 17:17h

Ibovespa fecha em alta e dólar cai com menor percepção de risco fiscal após falas de Haddad e Galípolo

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Ministro disse nesta segunda-feira (14) que proposta de isentar do IR salários de até R$ 5 mil terá como pressuposto a neutralidade fiscal, enquanto o futuro presidente do BC reforça tom conservador da autoridade monetária

O Ibovespa retomou a linha dos 131 mil pontos à tarde e a manteve no fechamento desta segunda-feira, 14, voltando a nível próximo ao do encerramento da terça-feira passada, dia 8, então aos 131,5 mil pontos. No fechamento, mostrava alta de 0,78%, aos 131.005,25 pontos, entre mínima de 129.728,80 e máxima de 131.219,61 pontos, saindo de abertura aos 129.991,69 na sessão. O giro financeiro ficou em R$ 19,3 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa cede 0,62% e, no ano, cai 2,37%.

As ações de grandes bancos mostraram ganhos entre 0,64% (Itaú PN) e 1,49% (Bradesco PN), o que compensou a fraqueza da ação de maior peso no Ibovespa, Vale ON, que recuou nesta segunda 0,32%, moderando perdas em direção ao fechamento. Petrobras chegou a se alinhar em alta na ON e na PN, do meio para o fim da tarde, mas voltou a mostrar direção divergente como mais cedo na sessão, com a ON em baixa de 0,17% e a PN em alta de 0,24%, em dia de queda na casa de 2% para o petróleo.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa após dados decepcionantes de inflação da China, e com falta de clareza quanto aos planos de estímulos econômicos de Pequim. Ainda assim, o petróleo reduziu as perdas levemente após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortar a previsão de crescimento da demanda para o restante do ano e em 2025.

A Petrobras deve reduzir os investimentos planejados para 2025, apesar dos pedidos do governo para que a estatal aumente o Capex, disseram três fontes à reportagem da Reuters. A empresa prevê US$ 21 bilhões em investimentos para o ano que vem, mas os gastos podem cair para cerca de US$ 17 bilhões, de acordo com estimativas iniciais da empresa, disse uma das fontes.

Ainda conforme as fontes, o plano 2025-2029 da empresa vai priorizar projetos que precisam de menor investimento e entregam retornos maiores e mais rápidos. Também incluiria planos para abrir mais poços de petróleo e gás, acrescentaram.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque nesta segunda-feira para Assai (+6,25%), Lwsa (+5,17%) e Magazine Luiza (+3,70%). No lado oposto, Prio (-1,88%), PetroReconcavo (-1,59%) e Brava (-0,92%). A performance foi favorável em segmentos como o de utilities, com destaque para Eletrobras (ON +2,07%, PNB +1,59%).

“A piora da percepção de risco fiscal doméstico vinha mantendo o Ibovespa em modo de correção, e hoje veio uma melhora com a notícia de que o governo deve lançar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando o desempenho das ações cíclicas, com exposição à economia doméstica, favorecidas na sessão pela retração observada na curva de juros.

“A semana passada terminou ruim, com a questão fiscal em pauta. Tivemos mais saída de capital estrangeiro da Bolsa, e a declaração de Lula em isentar o IR para salários até a faixa de R$ 5 mil, aumentar a faixa de isenção para o futuro e aumentar a cobrança para grandes fortunas. Isso fez com que sentíssemos efeitos na curva de juros futuros, que subiu. Mas hoje tivemos falas do Haddad que foram bem recebidas, com queda nos juros futuros fazendo com que o dólar também desse uma acalmada”, diz Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.

Nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,58%, a R$ 5,5827.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda o trabalho que vem executando à frente da Pasta ao mirar os gastos tributários e calibrar despesas e receitas em busca do equilíbrio nas contas públicas. Ele participou do Itaú BBA Macro Vision 2024, em São Paulo.

“Eu não vejo outro caminho para o Brasil que não seja o de calibrar uma trajetória consistente em que a receita cresça acima do PIB e a despesa cresça abaixo do PIB, para reequilibrar as contas públicas num patamar que já foi considerado aceitável por toda a sociedade”, afirmou o ministro.

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