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Hugo Motta e os baianos Elmar Nascimento e Antônio Brito - Fotos: Mário Agra/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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quinta-feira 19 de setembro de 2024 às 10:59h

Cortejado, PT deve adiar decisão sobre apoio na Câmara dos Deputados

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Considerado o fiel da balança do momento na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, o PT, do presidente  Lula da Silva (PT), tem sido cortejado conforme reportagem de Marcelo Ribeiro, do Valor, pelos três principais pré-candidatos ao principal posto da Mesa Diretora. Apesar das investidas, parlamentares do partido avaliam que a tendência é que a legenda mantenha as conversas com os postulantes, mas não bata o martelo no curto prazo.

A aposta de lideranças da sigla é que a decisão ocorrerá apenas quando o cenário estiver menos acirrado, para evitar que posicionamentos sobre a eleição respinguem na relação de Lula com o Legislativo. Isso porque, ainda que o presidente opte pela isenção, eventuais movimentos de seu partido serão vistos como um reflexo do que ele realmente gostaria que acontecesse na corrida pelo comando da Casa.

Preferido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para sucedê-lo, Hugo Motta (Republicanos-PB) tem argumentado aos petistas que seu nome reúne maiores chances de vitória e que o embarque da sigla é importante para que eles garantam um espaço na direção da Casa. A disposição dos cargos da Mesa Diretora costuma considerar o tamanho das bancadas e contempla os aliados da chapa vencedora.

Apesar de ter a sinalização de apoio do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta tenta se desvencilhar da pecha de candidato oposicionista. O líder do Republicanos alega que votou e orientou a legenda a apoiar medidas importantes para o governo e que sua sigla está na base aliada. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, é do partido.

Na semana passada, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), participou de almoço de aniversário de Motta, no qual Lira sinalizou aos presentes que o apoiaria na disputa. Após deixar o encontro, publicou nas redes sociais que submeteria o nome do paraibano à bancada petista.

A postagem foi vista como um aceno de apoio a Motta, o que gerou reações nos principais adversários. O gesto também não foi bem recebido internamente na bancada. Correligionários de Odair Cunha conversaram com o baiano Elmar Nascimento (União Brasil), outro pré-candidato, e passaram a afirmar que não havia previsão para o PT se posicionar em relação à disputa. Alguns chegaram a dizer que ele foi precipitado.

O assunto foi parcialmente enterrado após o líder apagar a postagem. Ainda assim, Motta tem garantido a interlocutores estar convicto do apoio do PT à sua postulação.

Por outro lado, o bloco que tem como pré-candidatos os líderes do União, Elmar Nascimento, e do PSD, o também baiano Antonio Brito, tenta colar a imagem de oposicionista em Motta e citam um suposto compromisso que o adversário teria feito com os apoiadores de Bolsonaro de apoiar o PL da Anistia.

Com previsão de ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após as eleições municipais, a proposta busca anistiar participantes de manifestações com teor golpista, entre elas, a invasão aos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Com o calendário apertado, a apreciação da matéria no plenário da Casa pode ficar apenas para o ano que vem.

Antes de Lira desembarcar de sua candidatura, Elmar chegou a indicar ao PL que apoiaria a medida. No entanto, ao ser abandonado pelo antigo aliado, o baiano mudou de postura.

Dentro do grupo, há a leitura de que o nome de Brito seria melhor recebido pelo Palácio do Planalto. É considerado o perfil mais governista da disputa e foi figura presente na campanha de Lula na Bahia durante as eleições de 2022. Por isso, Elmar tem feito uma série de gestos ao Executivo, para tentar associar a si a figura de melhor opção para o governo federal no comando da Câmara.

Sob recomendação do líder e pré-candidato, o União contribuiu para a obstrução que evitou a leitura do parecer do relator Rodrigo Valadares (União-SE) sobre o PL da Anistia na terça-feira da semana passada. Um dia depois, a própria oposição desistiu de avançar com o tema diante da dificuldade para reunir os 34 votos necessários para se aprovar o requerimento que buscava incluir a proposição na pauta do colegiado. A análise ficou para outubro.

A investida do bloco de Elmar e Brito ainda passa pelos cargos de direção da Câmara, com a promessa de o PT ficar com a primeira vice-presidência.

Além disso, a ofensiva pelos quadros do PT também pretende atrair o MDB para o bloco. Ainda que mantenha publicamente sua candidatura, Isnaldo Bulhões (MDB-AL) já teria jogado a toalha e vem atuando, nos bastidores, em favor de Motta. A avaliação é que a sigla poderia rever sua decisão e pular para o barco de Elmar e Brito. Em caráter reservado, lideranças do MDB não acreditam na migração, em função da relação que o líder do Republicanos tem com lideranças da legenda, à qual foi filiado até 2018.

A tendência, segundo petistas ouvidos pelo Valor, é que as conversas se arrastem ao longo dos próximos meses. Apesar disso, parlamentares reconhecem que a maioria dos petistas é mais simpática à possibilidade de embarcar na postulação de Motta.

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