O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira (1º), ampliando os ganhos da véspera e na contramão dos emergentes, enquanto investidores continuam repercutindo as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Às 9h57, o dólar à vista subia 0,3%, a 5,6729 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,41%, a 5,697.5 reais na venda.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,64%, a 5,6558 reais.
Na sessão desta quinta-feira, agentes financeiros seguem avaliando decisões de bancos centrais na quarta-feira, em busca de sinais sobre a trajetória futura dos juros e o impacto sobre os ativos brasileiros.
O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e pediu cautela “ainda maior” na política monetária, avaliando também que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem impactado preços de ativos e expectativas de mercado.
A decisão pela manutenção era esperada por economistas, que seguem incertos, por outro lado, sobre o que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará com a taxa básica de juros nos próximos meses, o que contribuía para pressionar o dólar.
“O BC tem agido com bastante cautela principalmente por conta da alta volatilidade causada por medo do mercado de uma posição leniente com a inflação”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
No exterior, o Federal Reserve também manteve sua taxa de juros inalterada, mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião de política monetária, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos EUA.
“Lá fora o resultado (também) veio dentro do esperado, a parte mais relevante foi o discurso do (chair Jerome) Powell trazendo ancoragem de expectativas com um corte para setembro, que já havia sido precificado anteriormente mas já haviam analistas jogando o corte pra novembro”, completou Massote.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo quando os rendimentos dos Treasuries caem.
Com isso, o dólar tinha tendência de baixa contra a maior parte das moedas emergentes, recuando ante o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,26%, a 104,320.
Ainda na quarta-feira, a disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês deu impulso às cotações no Brasil.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.