quinta-feira 21 de novembro de 2024
A conta para erradicar a fome mundial em todas as suas formas exigiria US$ 31,7 bilhões - Foto: Divulgação/ G7
Home / Mundo / MUNDO / Menos de 3% dos gastos militares do G7 dariam para acabar com a fome global, diz Oxfam
segunda-feira 17 de junho de 2024 às 06:39h

Menos de 3% dos gastos militares do G7 dariam para acabar com a fome global, diz Oxfam

MUNDO, NOTÍCIAS


Com o equivalente a apenas 2,9% (ou US$ 35,7 bilhões) dos recursos gastos em ações militares, ao longo de um ano, juntos, os países do G7 poderiam ajudar a acabar com a fome no mundo e a resolver a crise da dívida no Sul Global, revela uma nova análise da Oxfam divulgada na reunião do Grupo dos Sete, em Borgo Egnazia, Itália.

A conta para erradicar a fome mundial em todas as suas formas exigiria US$ 31,7 bilhões, e a entidade estima que o alívio da dívida pelo G7 aos países mais pobres do mundo sairia por mais US$ 4 bilhões, num total de R$ 35,7 bilhões.

A organização usou os dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) sobre os gastos militares do G7 em 2023, que somaram US$ 1,2 trilhão. O Canadá gastou US$ 27,2 bilhões, os EUA US$ 916 bilhões, o Japão US$ 50,2 bilhões, a França US$ 61,3 bilhões, a Alemanha US$ 66,8 bilhões, a Itália US$ 35,5 bilhões e o Reino Unido US$ 74,9 bilhões.

Segundo a agência das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), uma em cada dez pessoas em todo o mundo não tinha comida suficiente para comer no ano passado e 281,6 milhões de pessoas sofriam de extrema insegurança alimentar. Essa situação é vivida em países como a Somália, Guatemala, Iémen, Quénia e, mais recentemente em Gaza, causada pelo contínuo ataque e cerco de Israel ao enclave.

A análise também mostra que, apesar de os países do G7 deverem aos países de baixo e médio rendimento US$ 15 trilhões em ajuda não paga e financiamento para a ação climática, o grupo exige que o Sul Global pague US$ 291 milhões por dia em pagamentos de dívidas e juros.

Taxação dos super-ricos

O G7 acontece na sequência da proposta do Brasil que, sob a presidência do G20, defendeu a tributação dos super-ricos de modo global. A Oxfam estima que impostos mais elevados e mais justos sobre milionários e multimilionários nos países do G7 poderiam arrecadar mais de US$ 1 trilhão por ano. O G7 é o lar de 1.211 bilionários (cerca de 45% dos bilionários do mundo) com uma riqueza combinada de US$ 8 trilhões. A sua riqueza cresceu em termos reais 74% durante a última década.

“Falar sobre taxar os super-ricos pela primeira vez em seus 50 anos de história foi o pequeno fio de esperança em uma grande nuvem de fracasso do G7 para as pessoas que vivem na pobreza”, disse Max Lawson, Chefe de Política de Desigualdade da Oxfam International.

Veja também

Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos

A arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo mês do …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!