O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira (15) que jamais houve conversas dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) com objetivo de um diretor tentar convencer outro sobre que voto fazer na definição da taxa de juro. De acordo com ele, “ninguém vai para o Copom para um diretor tentar convencer o outro”.
“É importante que vejamos importância na unanimidade, no consenso, não para nos proteger de críticas. Fico feliz com a decisão do Copom que decidiu respeitando a visão de cada diretor. O Roberto [Campos Neto, presidente do BC] nunca pediu para que votássemos de um jeito ou de outro”, disse Galípolo, que participou nesta quarta de evento do Valor Econômico em Nova York, ao ser perguntado se os votos por um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic poderiam ter sido influenciados pela fala do banqueiro central nos Estados Unidos, na reunião de primavera do FMI no mês passado.
Lá, Campos Neto, com uma de suas falas, levou o mercado ao entendimento de que o guidance seria abandonado.
O diretor também disse que Campos Neto não o consultou antes de da fala em Washington, como também os diretores não o consultam antes de falar.
“O Roberto preza muito a autonomia do BC”, enfatizou Galípolo, revelando que quando alguma fala sua causa ruídos no mercado Campos Neto é o primeiro a ligar para ele e dizer “não se preocupe porque isso acontece”. “Faço questão de dizer que o Roberto me dá liberdade para falar e não diz a nós o que devemos falar”, disse.