domingo 17 de novembro de 2024
Casas em Kajaga, na capital do Burundi, onde também residem refugiados urbanos, são inundadas quando o riacho Rusizi transborda devido às fortes chuvas contínuas - Foto: Acnur/Bernard Ntwari
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quinta-feira 9 de maio de 2024 às 17:09h

Inundações na África reforçam preocupação com migração climática

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Mais de 234 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas no Burundi, Quênia, Ruanda, Somália, Etiópia e Tanzânia; Organização Internacional para Migrações disse que alterações climáticas estão tirando vidas e deslocando comunidades inteiras.

Inundações “sem precedentes e arrasadoras” na África Oriental provocaram deslocamentos generalizados, com milhares de pessoas forçadas a abandonar as suas casas no Burundi, Quênia, Ruanda, Somália, Etiópia e Tanzânia.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, fez um alerta observando que as chuvas torrenciais provocaram inundações e deslizamentos de terra catastróficos e danificaram gravemente estradas, pontes e barragens.

Chuvas que caem principalmente em áreas do sul já destruíram pelo menos 4,7 mil casas na SomáliaONU Chuvas que caem principalmente em áreas do sul já destruíram pelo menos 4,7 mil casas na Somália

“Dura realidade”

Mais de 637 mil pessoas foram afetadas por semanas de dilúvios, incluindo 234 mil deslocados apenas nos últimos dias. Ainda não existem números oficiais sobre a quantidade de mortos.

A agência da ONU afirmou que a emergência das inundações revela a “dura realidade” das alterações climáticas, que “tira vidas e desloca comunidades inteiras”.

A diretora regional da OIM na região, Rana Jaber, disse que “à medida que estes indivíduos enfrentam a difícil tarefa da reconstrução, a sua vulnerabilidade só se aprofunda”.

Ela acrescentou que, neste momento crítico, a OIM apela por esforços sustentáveis ​​para abordar a mobilidade humana decorrente das mudanças climáticas.

A África é altamente vulnerável às alterações climáticas, apesar de contribuir apenas com cerca de 4% para as emissões globais de gases de efeito estufa. O leste e o Chifre da África foram particularmente afetados por ciclos alternados de seca e precipitação intensa ao longo da última década, afirmou a OIM.

Assistência aos locais afetados

Perante as piores chuvas e inundações das últimas décadas, a agência da ONU, com os governos e parceiros, continua prestando assistência vital às populações afetadas, que perderam familiares e enfrentam agora um risco maior de doenças transmitidas pela água.

No Burundi, a OIM distribuiu abrigos de emergência, cobertores, utensílios de cozinha, kits de dignidade, lâmpadas solares e outros itens para mais de 5 mil pessoas. A agência da ONU também apoia a realocação de pessoas em risco para áreas seguras e menos propensas a inundações.

A ajuda também está em curso no país vizinho, a Etiópia, chegando a mais de 70 mil pessoas e no Quênia, onde 39 mil pessoas gravemente afetadas pelas cheias receberam auxílio.

Na Somália, cerca de 240 mil pessoas vão receber abrigo, materiais, kits de higiene, cuidados médicos essenciais e apoio psicossocial, entre outros serviços.

Mobilidade climática

A OIM defende que quaisquer discussões sobre o aquecimento do planeta e o seu impacto no ambiente deveriam incluir considerações sobre a mobilidade e o deslocamento humanos.

Segundo a agência, os líderes da África Oriental assinaram a Declaração Ministerial de Kampala sobre Migração, Ambiente e Alterações Climáticas para enfrentar os “desafios e oportunidades da mobilidade climática”.

Para a OIM, mais esforços são necessários para apoiar a implementação deste compromisso, inclusive por meio da inclusão da mobilidade climática nas discussões globais, como a próxima COP29, em novembro deste ano no Azerbaijão.

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