As exportações brasileiras bateram o recorde para o primeiro quadrimestre do ano, segundo os dados da Balança Comercial de abril divulgados nesta última quarta-feira (8) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
Em abril, as exportações somaram US$ 31bilhões e as importações US$ 22 bilhões, com saldo positivo de US$ 9,04 bilhões e corrente de comércio de US$ 52,8 bilhões.
No ano, as exportações totalizam US$ 108 bilhões, 5,7% acima do mesmo período de 2023, que havia alcançado a marca recorde de US$ 103 bilhões. Já as importações totalizaram US$ 81,1 bilhões, crescimento de 2,2% no período. O saldo positivo foi de US$ 27,7 bilhões e a corrente de comércio somou US$ 189,9 bilhões, aumento de 4,2%
Abril de 2024
Nas exportações, comparados ao mês de abril/2024 (US$ 30,92 bi) com abril/2023 (US$ 27 bi), houve crescimento de 14,1%. Em relação às importações, houve crescimento de 14,3%: US$ 21 bi agora, contra US$ 19 bi em 2023.
Assim, no mês a corrente de comércio totalizou US$ 52,8 bilhões e o saldo foi de US$ 9,04 bilhões. Em relação a abril de 2023, houve crescimento de 14,2% na corrente de comércio.
Setor e Produtos
Por setores, na comparação mensal, o desempenho das exportações foi o seguinte: queda de US$ 0,7 bi (-7,9%) em Agropecuária; crescimento de US$ 2,47 bi (48,6%) em Indústria Extrativa; e crescimento de US$ 2,15 bi (16,6%) em produtos da Indústria de Transformação.
Nas importações, houve crescimento de US$ 0,2 bi (58,1%) em Agropecuária; queda de US$ 0,05 bilhões (-3,1%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 2,59 bi (15,3%) em produtos da Indústria de Transformação.
Quadrimestre
Na comparação quadrimestral, houve queda de US$ 1,43 bi (-5,5%) em Agropecuária; crescimento de US$ 5,72 bi (25,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 1,76 bi (3,3%) em produtos da Indústria de Transformação.
Já as importações, nesse período tiveram crescimento de US$ 0,27 bi (16,5%) em Agropecuária; queda de US$ 0,6 bilhões (-10,1%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 2,08 bi (2,9%) em produtos da Indústria de Transformação.
Entre os produtos tradicionais que apresentaram recorde de exportação, destacam-se:
- Petróleo bruto (US$ 15,8 bilhões)
- Açúcar (US$ 5,7 bilhões)
- Óleos combustíveis (US$ 4,2 bilhões)
- Farelo de soja (US$ 3,6 bilhões)
- Café em grão (US$ 3,1 bilhões)
- Celulose (US$ 3 bilhões)
Outros produtos também merecem destaque nos recordes. Um deles é o suco de frutas, que alcançou a marca de US$ 899 milhões de janeiro a abril, crescimento de 14,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O recorde anterior foi em 2013, de US$ 868 milhões.
O suco de laranja representou 90% desse valor. Entretanto, a água de coco vem se destacando nas exportações desse grupo de produtos. De janeiro a abril, foram exportados US$ 18 milhões em água de coco, valor inédito para o período, com crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2023, recorde anterior com US$ 16,7 milhões. As principais origens são Ceará, Bahia, Pernambuco e Alagoas. O principal destino foram os Estados Unidos.
Em outra categoria, frutas e nozes, o Brasil exportou US$ 338 milhões, crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O recorde anterior era de 2021, com US$ 302 milhões.
As principais frutas exportadas pelo Brasil de janeiro a abril foram mangas, melões, limões e abacates. Os principais estados exportadores foram Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo, Bahia e Ceará; e os destinos principais são Europa e Estados Unidos.
Já em relação a equipamentos, máquinas de energia elétrica tiveram exportações de US$ 270 milhões, 73,1% de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior. O recorde anterior era de 2009, com US$ 180 milhões.
O Brasil também bateu recorde de exportação de máquinas de energia elétrica, como transformadores e conversores elétricos. Os Estados Unidos são o maior destino desses bens.
Destacam-se ainda produtos de perfumaria ou tocador, com o valor de US$ 193 milhões, aumento de 7,8% em relação de janeiro a abril /23. Neste grupo estão xampus e outras preparações capilares, dentifrícios, perfumes, águas de colônia e maquiagens, entre outros. Os principais destinos foram México, Colômbia, Argentina, Chile e Estados Unidos.
Por fim, instrumentos e aparelhos para usos medicinais, cirúrgicos, dentários ou veterinários exportaram US$ 74 milhões, aumento de 16,9% sobre o último recorde, de 2023 (US$ 63 milhões). Neste grupo estão agulhas para suturas, instrumentos odontológicos, seringas, catéteres etc. O Brasil exportou esses bens principalmente para os Estados Unidos, México, Colômbia e Argentina.