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segunda-feira 6 de maio de 2024 às 07:45h

Ofensiva em Rafah iminente: Israel pede aos palestinianos que abandonem zona oriental da cidade

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Conversações no Cairo terminaram sem acordo. Hamas exige cessar-fogo permanente e acusa o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de sabotagem por insistir numa suspensão temporária das hostilidades. Tanques israelitas estão a cercar Rafah.

Tanques e tropas israelitas foram vistos perto da fronteira com Gaza, o que reforça a perspetiva de que estará iminente uma ofensiva terrestre em grande escala em Rafah. Israel já tem há várias semanas em marcha um plano para invadir por terra a cidade no sul do enclave palestiniano onde está mais de metade da população de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu está a enfrentar pressões das forças do seu governo de coligação para lançar a ofensiva com o objetivo de eliminar os batalhões do Hamas que, segundo Israel, se encontram abrigados nessa zona.

Mas esses planos têm sido alvo de muitas críticas por parte de grupos de defesa dos direitos humanos e de líderes mundiais, incluindo o mais firme aliado de Israel, os Estados Unidos.

De acordo com o The Times of Israel, as Forças de Defesa de Israel fizeram já esta segunda-feira um apelo aos palestinianos para que abandonem os bairros na zona oriental de Rafah, os que ficam mais perto da fronteira com Israel, antes da ofensiva planeada para o sul de Gaza.

Os civis estão a receber indicações no sentido de se deslocarem para uma zona humanitária alargada nas áreas de al-Mawasi e Khan Younis.

Os palestinianos estarão a ser avisados através de panfletos, mensagens de texto e chamadas telefónicas com instruções sobre as zonas que precisam de ser evacuadas e que rotas devem ser utilizadas para chegar à zona humanitária designada.

“Hoje, confrontamo-nos novamente com inimigos empenhados na nossa destruição. Digo aos líderes do mundo que nenhuma pressão, nenhuma decisão de nenhum fórum internacional impedirá Israel de se defender”, vincou Benjamin Netanyahu, num discurso em Jerusalém, na cerimónia do Dia da Memória do Holocausto.

“Se Israel for forçado a ficar sozinho, Israel ficará sozinho. Mas sabemos que não estamos sozinhos porque inúmeras pessoas decentes em todo o mundo apoiam a nossa causa justa. Derrotaremos os nossos inimigos genocidas. Nunca mais é agora”, acrescentou Netanyahu.

Ataque do Hamas mata soldados israelitas

Uma nova ronda de negociações de tréguas entre Israel e o Hamas terminou no Cairo, no fim de semana, sem um acordo. A última proposta israelita previa uma suspensão das hostilidades por 40 dias e uma troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.

No entanto, o Hamas quer um cessar-fogo permanente e acusou Netanyahu de “sabotar” as conversações numa tentativa de continuar a operação militar.

“Estamos a reconhecer sinais preocupantes de que o Hamas não está a planear aceitar qualquer acordo. O significado disto é uma operação em Rafah e em toda a Faixa de Gaza num futuro muito próximo”, declarou Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel.

Mais ajuda teve de ser enviada por via aérea para o sul de Gaza no domingo, depois de Israel ter encerrado o posto fronteiriço de Kerem Shalom na sequência de um ataque do Hamas.

Alguns meios de comunicação israelitas afirmam que três soldados foram mortos no ataque.

OMS teme “banho de sangue” em Rafah

Em Rafah vivem cerca de 1,4 milhões de civis – mais de metade da população de Gaza – que se deslocaram para a cidade a fim de escapar aos combates noutras zonas do território, quando os militares israelitas a declararam uma zona segura.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já advertiu que uma ofensiva terrestre na cidade seria um “banho de sangue”.

“A OMS está profundamente preocupada com o facto de uma operação militar em grande escala em Rafah poder conduzir a um banho de sangue”, lê-se numa publicação da entidade na rede social X.

A OMS sublinha que a invasão terrestre de Rafah “aumentaria substancialmente a mortalidade” e “enfraqueceria ainda mais um sistema de saúde já destruído”, alertando que uma nova vaga de deslocados limitaria ainda mais o acesso à agua e a alimentos, o que levaria a um “aumento dos surtos de doenças, ao agravamento dos níveis de fome e a uma perda adicional de vidas.”.

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