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terça-feira 19 de março de 2024 às 07:12h

Exército vai apurar se houve punição a oficiais da ativa que assinaram carta sobre suposto golpe

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O Exército vai apurar quem são os oficiais da ativa que assinaram carta conforme Julia Duailibi, da Globo News, para pressionar o ex-comandante da força, Freire Gomes, a aderir ao suposto golpe tentado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

O atual comandante, general Tomás Paiva, quer uma análise aprofundada para saber se de fato houve uma punição, num ato que é considerado ilícito: militares da ativa não podem se posicionar do ponto de vista político.

A carta foi articulada por militares nos dias após o segundo turno, quando as conspirações a favor de um golpe aumentaram. De acordo com a investigação da Polícia Federal, no dia 28 de novembro de 2022, militares da ativa articularam uma reunião no salão de festas de um prédio na quadra 305, na asa norte de Brasília.

Desse encontro saiu uma carta, cujo teor foi enviado para o celular de Mauro Cid às 20:02 daquele dia. O título dela era “Carta ao Comandante do Exército De Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”. O texto falava que “covardia e injustiça são as qualificações mais abominadas por soldados de verdade” e fazia críticas ao Judiciário.

No depoimento à PF, Freire Gomes aborda a questão e fala em punição. Diz que a publicação da carta foi feita para pressioná-lo, disse que não considerava lícita a manifestação dos oficiais da ativa e que foi informado do fato pelo Centro de Comunicação Social do Exército.

“Determinou que fosse feita uma apuração em todos os Comandos de Área para que identificassem e tomassem as providências cabíveis; que foi identificada a participação de alguns miliares que foram punidos na medida de suas participações no ato”, afirmou Freire Gomes à PF, sem citar nomes nem punição.
No domingo (17), em sua coluna no jornal O Globo, Miriam Leitão pegou o trecho do depoimento de Freire Gomes e questionou: “Mas quem são eles? E que punições? Isso ele não disse nem lhe foi perguntado”.

A adesão ao texto formal começou a ser feita de maneira virtual. Na quebra do sigilo de telefone de Cid, a PF descobriu que quem mandou o texto para ele foi Bernardo Correa Netto, que atuava no Comando do Sul e que acabou sendo alvo de prisão na investigação sobre o golpe.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a PF já identificou dois nomes de coronéis da ativa que assinaram o texto.

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