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segunda-feira 5 de fevereiro de 2024 às 06:33h

Há 60 anos militares dedicam a vida em prol dos que mais precisam

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Desde o resgate heroico dos missionários no país africano, realizado por militares em missões de paz pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1964, as Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira (FAB) evoluíram bastante. Atualmente, a FAB conta com tecnologia de ponta em suas aeronaves, proporcionando segurança e pronta resposta às demandas da população brasileira.

A tecnologia embarcada nos H-36 Caracal e H-60L Black Hawk, como Forward Looking Infra-Red (FLIR) – sensor de visão frontal infravermelha, Night Vision Goggles (NVG) – óculos de visão noturna, e ainda sistemas precisos de navegação, permitem que os tripulantes realizem, além das missões de Busca e Salvamento, Exfiltração e Infiltração Aérea, Transporte Aéreo Logístico, Evacuação Aeromédica e Busca e Salvamento em Combate. Tudo isso sempre com o binômio no visor: Operacionalidade com Segurança.

A rotina de uma Unidade Operacional de Busca e Salvamento torna-se complexa, tendo em vista a grande variedade de biomas nos quais o Brasil está inserido. As tripulações envolvidas precisam manter-se adestradas em resgates em áreas de selva, montanha, além de ambientes aquáticos durante o dia ou a noite. Vale lembrar que a extensa área de responsabilidade do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) compreende uma área aproximada de 22 milhões de km².

O Comandante do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º) – Esquadrão Harpia, Tenente-Coronel Aviador Herhic Rabelo Alves Pereira, descreveu os desafios operacionais de uma Unidade especializada e preparada para atender ao chamado da sociedade.

“A versatilidade do helicóptero traz consigo o desafio de manter tripulações operacionais e adaptadas a uma gama enorme de missões complexas e com perfis variados. Assim, o treinamento constante é fundamental. O desafio então está em conseguir um equilíbrio no cumprimento de missões reais e a formação e manutenção operacional dos tripulantes”, explicou o Comandante.

Para o Tenente-Coronel Aviador Rabelo, um dos pontos fortes dessa aviação é a capacidade de explorar espaços confinados e sem qualquer estrutura. “Essa capacidade se torna imprescindível, principalmente, na nossa gigante Amazônia, onde lugares remotos, lugarejos e aldeias isoladas, são unicamente alcançados pelas asas rotativas da FAB. Nelas, o Governo Brasileiro leva tratamento médico, vacinas e alimentação aos milhões de brasileiros isolados, mostrando o quão importantes eles são no contexto nacional”, completou.

 

O Comandante do Esquadrão Harpia serviu na unidade logo nos primeiros anos da carreira de Oficial Aviador e agora, como Oficial Superior, está no Comando de um dos principais Esquadrões da Aviação de Asas Rotativas do Brasil e considera este momento ímpar na carreira.

“Esta é uma oportunidade revestida de muita responsabilidade e a consciência de conduzir com sabedoria o Esquadrão. Eu escolhi esta aviação devido à operacionalidade dos helicópteros na FAB. Aqui, temos a oportunidade de empregar uma plataforma armada, em missões de resgate em combate, voando com óculos de visão noturna, assim como também podemos salvar vidas em resgates na terra ou no mar, e levar ajuda à população em momentos de necessidade”, concluiu.

Atualmente, a FAB conta com oito Esquadrões de Asas Rotativas em todo o Brasil: o Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão; o Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º GAV) – Esquadrão Poti; o Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3°/8° GAV) – Esquadrão Puma; o Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5°/8° GAV) – Esquadrão Pantera; o Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV) – Esquadrão Harpia; o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2°/10° GAV) – Esquadrão Pelicano; o Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1°/11° GAV) – Esquadrão Gavião; o Terceiro Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE 3).

Buscas pelo Helicóptero PR-HDB no litoral paulista

O Capitão Aviador Lucas Lobão de Aquino, do Esquadrão Pelicano, atuou na missão de busca ao helicóptero PR-HDB, desaparecido por 12 dias próximo ao litoral de São Paulo, e contou como foi o preparo da tripulação para atender a essa demanda.

“Cada cenário elenca uma série de peculiaridades que demandam treinamento periódico. Dimensionar para atender toda essa gama de capacitação, com o esforço e tempo disponíveis ao longo do ano, é mais uma batalha com a qual todos estão comprometidos todos os dias do ano”, explanou.

As buscas aos tripulantes e passageiros do PR-HDB, nas quais tomaram parte a Força Aérea Brasileira, Exército Brasileiro, a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Defesa Civil e Bombeiros, tiveram como cenário a Serra do Mar em condições meteorológicas bastante adversas.

O Capitão Aviador Lobão detalhou ainda as condições marginais, as quais a tripulação enfrentou durante as buscas, que, possivelmente, contribuíram para o desaparecimento do helicóptero. Somando-se a isso, a necessidade de manter-se a baixa altura em relevo montanhoso e encoberto por significativo mau tempo.

“O voo mais eficaz para procurar objetos no relevo deve ser executado a baixas alturas e com velocidades reduzidas. A todo o tempo, o objetivo dos Comandantes de Aeronaves é proporcionar a melhor exposição do terreno aos observadores na janela, com vistas a otimizar a chance de sucesso”, afirmou.

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