Com leilões de rodovias, terminais portuários, linhas de transmissão, serviços de saneamento e outros empreendimentos em infraestrutura, o governo prevê gerar ao menos R$ 199,4 bilhões em 2024.
O levantamento do canal CNN, considerou carteiras de projetos de pastas da Esplanada e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Parte destes projetos ainda estão em fase de estudo técnico — ou seja, apesar da previsão de leilão neste ano, o cronograma pode mudar. Além disso, os valores projetados também se tratam de estimativas, que são executados ao longo do tempo de contrato e também podem sofrer variações.
A maior parte deste dinheiro está concentrada nos leilões de rodovias previstos pelo Ministério dos Transportes. A pasta prevê a concessão de 13 projetos, de olho em R$ 122 bilhões em investimentos.
Apesar da previsão arrojada, a carteira do Ministério traz desafios históricos, como a modelagem da BR-381 em Minas Gerais — conhecida como “rodovia da morte” pelo alto índice de acidente fatais.
O governo Bolsonaro também tentou, sem sucesso, leiloar a estrada. Questões sempre levantadas por potenciais interessados são as dificuldades geológicas e de engenharia para executar obras nesse trecho.
Cerca de R$ 24,7 bilhões estão concentrados nos dois leilões de linhas de transmissão que vão acontecer neste ano, em março e setembro. Segundo a pasta de Minas e Energia, são ao todo 16 lotes a serem concedidos, sendo que 15 deles serão negociados no primeiro certame do ano.
Os principais objetivos dos próximos empreendimentos a serem leiloados são escoar energia de fontes renováveis do Nordeste a centros consumidores e reforçar a segurança e confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Outros R$ 8,2 bilhões devem ter origem em parcerias público-privadas (PPPs) para terminais portuários. Serão leiloadas 16 localidades em três certames, que acontecem em março, agosto e novembro, segundo previsão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Dentre os empreendimentos, se destaca o terminal em ITG02, em Itaguaí (RJ), voltado à movimentação de granéis sólidos minerais, especialmente ferro, com investimento em torno de R$ 2,7 bilhões. Também traz investimento relevante área do Porto de Itajaí (SC), com R$ 2,9 bilhões.
Já a carteira de projetos administrada pelo BNDES traz previsão de R$ 44,5 bilhões nos leilões de 2024, com projetos em saneamento, iluminação pública, educação e parques florestais. Os serviços de água e esgoto concentram as principais cifras, totalizando investimentos de R$ 34,2 bilhões.
As PPPs de saneamento estão espalhadas por cinco estados: Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Rondônia. A maior fatia estará concentrada no projeto de desestatização da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), de investimento avaliado em R$ 16,5 bilhões.