No ato sobre o 1 ano das invasões no 8 de janeiro, realizado nesta última segunda-feira (8) no Salão Negro do Congresso em memória à resistência dos Três Poderes, nenhuma ausência chamou mais atenção em Brasília que a de Arthur Lira (PP-AL), diz Nicholas Shores, da Veja.
Quem observou o ambiente a partir desse contexto comentou, com algum espanto, que a Câmara dos Deputados, igualmente atacada um ano atrás, assim como o Senado, o Palácio do Planalto e o STF, não teve representante no palco do ato. Nenhum integrante da Mesa Diretora da Câmara compareceu para representar a Casa. Nenhum deputado discursou.
Lira telefonou para Lula avisando que não viajaria a Brasília devido a problemas de saúde do seu pai, o prefeito de Barra de São Miguel e ex-senador Benedito de Lira.
Mesmo assim, comentou-se nos bastidores do ato que, se o deputado realmente quisesse ir, mesmo com restrição de tempo, viajaria no avião da FAB a que tem direito como presidente da Câmara para um bate-volta, regressando a Alagoas em seguida à cerimônia.
Na busca de uma explicação política para a ausência de Lira, citou-se na Câmara que a relação do alagoano com seu eleitorado interno, em boa parte composto pelo Centrão e por estratos bolsonaristas da Casa, pode ter pesado na decisão. Muitos parlamentares dos dois grupos enxergaram uma digital do governo Lula no ato no Salão Negro e por isso, considerado um ato político.