O livro ‘O Rio São Francisco: Fator Precípuo da Existência do Brasil’, do engenheiro civil Geraldo Rocha, datado de 1940, levou, segundo o autor, 30 anos para ser escrito, após décadas de observações e viagens. A publicação desse livro, ocorreu depois que Rocha passou uma temporada de estudos em Paris. Foi na França, que Rocha passou a se interessar pelo melhor aproveitamento da bacia do rio São Francisco.
Esse livro é considerado o precursor para que João Felipe de Souza Leão, viesse bem pequeno, uma criança com menos de 8 anos, morar na Bahia. O pai do deputado federal pelo Progressistas da Bahia, o saudoso Luiz Felipe de Souza Leão, veio morar no oeste do estado após ler este livro. Comprou dois veículos fora de estrada 4×4, da fabricante Land Rover, e trouxe de Recife, em Pernambuco, o pequeno Leão, após muito insistir em viajar com seu pai.
Com esse ‘guia’, o pai de João Leão conseguiu despertar a consciência não só do seu filho, hoje deputado federal no sexto mandato, mas também, de diversos profissionais interessados em compreender os problemas enfrentados pela população ribeirinha do Velho Chico na região quase deserta no oeste do estado. Um grandioso rio, cercado naquela época por pequenos vilarejos, mas com moradores abnegados e com sangue dos desbravadores que por lá passaram.
O livro é na verdade, um relato dos estudos de Geraldo Rocha em toda bacia do rio, onde ele contas desde a história do rio que foi descoberto em 4 de outubro de 1501, na expedição comandada pelo navegador italiano Américo Vespúcio e o português André Gonçalves. Estes exploradores batizaram o imenso rio de ‘Rio São Francisco’, que era o santo festejado justamente naquele dia. Varias etnias ocupavam as margens do rio, alimentadas não só pelas águas e peixes, mas pelas jazidas de ouro que estão escondidas por lá até hoje.
O autor cita no capítulo 21, ‘O Exemplo Chinês’, onde ele fala da fraternidade do povo chinês, que fez uma terra deserta e que era utilizada há milênios pela agricultura, a continuar se desenvolvendo através da irrigação até os dias atuais. Ele cita que as terras do Oeste da Bahia, são quase intocáveis, ou seja, são terras virgens.
Após milhões de hectares de área agrícola plantada, a região Oeste do estado se tornou eficiente na agricultura irrigada e hoje apresenta o maior índice de manejo profissional da tecnologia, graças ao Rio São Francisco.
O propósito desse excelente livro, é chamar a atenção para esse rio que segundo ele, é o “fator precípuo da existência do Brasil”, e levar em conta o que ele representa, com todas as funções que ele pode exercer especialmente sendo este uma espécie de coluna vertebral de um país-continente, dando-lhe unidade e integrando de modo extraordinário as partes que o compõe. Ou seja, a população que vive na ‘beira’ do Rio São Francisco, é formada por um povo extraordinário, que com a água doce desse rio, faz milagres até os dias de hoje, como atualmente, com vinícolas e o cultivo de tantas frutas e grãos, graças ao majestoso navegável por Américo Vespúcio e o português André Gonçalves.
No livro, o autor demostra também através de seus relatos, os fatores estratégicos no aproveitamento de sua grande massa de agua, como fonte alimentadora da agricultura e da vida em vastas áreas que o circundam e fonte geradora de energia elétrica e mecânica, e também os meios de transportes de mercadorias e de gente por ser uma propicia via natural.
O livro do engenheiro civil Geraldo Rocha, é um exemplo de como um filho da terra, levado pelo amor ao seu habitat, pode vislumbrar caminhos seguros que levam ao desenvolvimento e ao esplendor de uma região ou de um país.
Vale a pena ler!