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Mulheres da América Latina e do Caribe marcham pelas ruas de Bogotá, na Colômbia, exigindo o fim da violência contra mulheres e meninas. - Foto: UN Women/Arquivo
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sábado 25 de novembro de 2023 às 14:35h

89 mil mulheres e meninas foram vítimas de homicídio em 2022

MUNDO, NOTÍCIAS


Cerca de 89 mil mulheres e meninas foram intencionalmente assassinadas em 2022 em todo o mundo. O dado é de uma nova pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, e ONU Mulheres.

O levantamento, lançado junto ao Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, alerta que o número representa o maior registro anual dos últimos 20 anos. As Nações Unidas marcam a data neste 25 de novembro.

Milênios de patriarcado

A informação disponível sobre o último ano sugere que o aumento nos homicídios de mulheres ocorreu apesar de uma diminuição no número total do crime.

Em mensagem para a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que a violência contra as mulheres é uma terrível violação dos direitos humanos, uma crise de saúde pública e um grande obstáculo para o desenvolvimento sustentável.

Ele alerta que o problema é “persistente, disseminado e está piorando”. Para o chefe da ONU, a violência de gênero está “enraizada na injustiça estrutural, solidificada por milênios de patriarcado”.

Violência dentro de casa

O estudo do Unodc e ONU Mulheres revela que 45% dos casos de homicídios de mulheres são cometidos por familiares ou parceiros íntimos, destacando a realidade perturbadora de que o lar está longe de ser um local seguro para mulheres e meninas.

Em média, mais de 133 mulheres ou meninas foram mortas todos os dias por alguém em sua própria casa. Em contraste, 12% dos homicídios de homens são cometidos em casa.

Segundo as agências da ONU, a verdadeira dimensão do feminicídio pode ser muito maior, pois informações sobre motivações relacionadas ao gênero são insuficientes em aproximadamente quatro em cada 10 homicídios de mulheres.

Investimento na proteção de mulheres e meninas

A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, avalia que o número alarmante de feminicídios é um lembrete de que a humanidade ainda está lidando com desigualdades profundamente enraizadas e violência contra mulheres e meninas.

Para ela, cada vida perdida é “um pedido para abordar urgentemente as desigualdades estruturais, melhorar as respostas da justiça criminal, para que nenhuma mulher ou menina tema por sua vida por causa de seu gênero”.

António Guterres afirma que com o tema da campanha do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres, “Investir para Prevenir a Violência contra Mulheres e Meninas”, a data faz um convite por mais ação.

O chefe da ONU acredita que legislações e políticas abrangentes que fortaleçam a proteção dos direitos das mulheres precisam de mais apoio, bem como prevenção e apoio às organizações de direitos das mulheres precisam de mais investimento.

Ghada Waly adiciona que os governos devem investir em instituições mais inclusivas e bem equipadas para acabar com a impunidade, fortalecer a prevenção e ajudar as vítimas, desde para acabar com a violência “antes que seja tarde demais”.

Dados regionais

Mulheres e meninas em todas as regiões enfrentam essa violência de gênero. Pela primeira vez desde que o Unodc começou a publicar estimativas regionais em 2013, a África superou a Ásia em 2022 como a região com o maior número de vítimas totais.

A África também testemunhou o maior número de vítimas em relação ao tamanho de sua população feminina; são 2,8 vítimas por 100 mil mulheres. As estimativas estejam sujeitas a incertezas devido à disponibilidade limitada de dados.

Os casos de feminicídio cometidos por parceiros íntimos ou familiares na América do Norte aumentaram 29% entre 2017 e 2022, em parte devido a práticas de registro aprimoradas.

Tais assassinatos também aumentaram no Caribe em 8% no mesmo período, enquanto diminuíram na América Central e do Sul em 10% e 8%, respectivamente.

A Europa também experimentou uma redução média de 21% nesta categoria de feminicídios desde 2010.

Estimar essas tendências ao longo do tempo não é possível na África, Ásia e Oceania devido à disponibilidade limitada de dados.

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