O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma queixa-crime contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro acusa Lula de injúria e difamação por declarações sobre uma mansão pertencente ao irmão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.
Segundo a defesa de Bolsonaro, Lula teria a intenção de atingir pessoalmente a honra do ex-presidente em fala feita em maio deste ano, durante evento de lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador. Na época, o atual presidente ligou Bolsonaro a uma mansão milionária nos Estados Unidos, a qual ele atribuiu a Mauro Cid:
“Agora mesmo, acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de 8 milhões de dólares não é para o ajudante de ordem; certamente, é para o paladino da discórdia; o paladino da ignorância; o paladino do negacionismo”.
Bolsonaro pede ao STF que Lula seja obrigado a se retratar publicamente, além de responder por injúria e difamação. A defesa do ex-presidente afirma que a intenção do petista de “atingir a honra” do ex-presidente seria “inegável”. Além disso, os advogados garantem que Bolsonaro não tem nenhuma relação com o imóvel, que teria sido comprado por 1,7 milhão de dólares em nome de uma empresa de Daniel Cid, irmão do ex-ajudante de ordens.
“Apesar da maliciosa cautela de Lula em não mencionar expressamente o nome do autor [Bolsonaro], muito provavelmente a fim de evitar qualquer responsabilização jurídica, seja ela cível ou criminal, é inegável que a intenção por trás da fala do ora Presidente da República era atingir pessoalmente o QUERELANTE [Bolsonaro] e sua honra, como vem fazendo desde que assumiu seu mandato”, afirma nota da defesa.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ainda não se pronunciou sobre o caso.