O Exército de Israel informou nesta segunda-feira (16) que 199 pessoas foram sequestradas pelo movimento islamita palestino Hamas no ataque violento de 7 de outubro, segundo um balanço atualizado. O número anterior, divulgado no domingo, citava 155 pessoas.
“Informamos as famílias de 199 reféns”, declarou o porta-voz militar, Daniel Hagari, em uma entrevista coletiva.
O porta-voz afirmou que “os esforços relacionados aos reféns são uma prioridade nacional” e que “o Exército e Israel trabalham dia e noite para libertá-los”.
Mais de 1.400 pessoas morreram em Israel no ataque de 7 de outubro do Hamas, segundo as autoridades do Estado hebreu. Mais de 2.750 pessoas morreram em bombardeios israelenses de represália na Faixa de Gaza, enclave palestino governado pelo Hamas e cercado por Israel, informaram as autoridades locais.
Thelet Fishbein Zaaror, 18 anos, filha e neta de brasileiros, é uma das 155 reféns do grupo fundamentalista islâmico Hamas confirmadas no sábado por autoridades israelenses. Ela estava no kibutz Be’eri, no sul do país, com o namorado, Dor Haider, quando o grupo terrorista invadiu o local, deixando cerca de cem mortos. Desde então, os dois estão desaparecidos.
Fishbein nasceu em Israel. Sua prima, a brasileira Flora Rosembaun, que também foi vítima de um ataque do Hamas em 2001, afirmou ao EXTRA que a jovem planejava tirar a dupla cidadania para passar um tempo no Brasil.
— Ela estava na casa dela com o namorado, no kibutz, onde ela também trabalha como cuidadora de crianças. O último contato com a mãe foi às 11h30 do dia do ataque. Uma semana depois, no último sábado, o governo entrou em contato com a família para avisar que ela estava na lista de reféns — contou Rosembaun.
No domingo, os corpos das cem vítimas do ataque ao kibutz foram enterrados no cemitério de Be’eri.
Com a confirmação, a família da jovem recebeu uma licença oficial para divulgar que ela foi sequestrada e está em Gaza. “Nós precisamos ajudar de alguma maneira que ela volte para nós e em paz. Compartilhem o quanto puderem”, diz um cartaz do governo israelense, onde aparece o nome completo da jovem, ao lado de uma foto sua e da data onde ela foi sequestrada.
Familiares dos israelenses feitos reféns pelo Hamas reclamaram nos últimos dias da falta de informações — mesmo após a confirmação, uma semana após os ataques, eles não sabem o local para onde os parentes foram levados e não há um canal oficial de comunicação para negociações.
Pressionado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu neste domingo com representantes das famílias em uma base das Forças de Defesa no centro de Israel. Os parentes disseram que o premier lhes garantiu que “um dos objetivos da guerra é trazê-los de volta para casa”.
Fishbein já havia sido vítima da violência do Hamas. Até hoje, a jovem tem estilhaços no corpo de um foguete que caiu no kibutz onde ela vive com a família. Por isso, não se alistou para servir ao Exército.
A brasileira Rosembaun também é uma sobrevivente. Ela foi uma das vítimas do atentado do Hamas à pizzaria Sbarro, no centro de Jerusalém, em 2001. Flora, o marido e a enteada passavam na frente do local quando um suicida do Hamas detonou uma bomba. A explosão deixou 15 mortos, entre eles seu marido, Giora Balash, então com 69 anos, e cerca de 130 feridos. Flora ficou internada no hospital Hadassah Ein Keren, em Jerusalém, por 17 dias, com queimaduras e estilhaços no corpo.
Eles estavam em Israel para participar de um casamento.
— Até hoje é tudo muito difícil.