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Claudio Lottenberg - Presidente da Conib critica governo brasileiro - Foto: Douglas Gomes/Conib
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quinta-feira 12 de outubro de 2023 às 10:23h

Presidente da Confederação Israelita do Brasil critica postura do governo sobre o Hamas: ‘Falta firmeza’

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A opção do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não classificar o Hamas como um grupo terrorista repercutiu junto à comunidade judaica no Brasil. Para o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, falta firmeza ao governo para condenar os ataques do grupo, que no último sábado promoveu uma ofensiva coordenada em Israel.

— Entendo que está faltando um pouco mais de firmeza justamente no que caracteriza o relato do que está acontecendo neste momento em Israel. O presidente tem uma assessoria que o orienta e, portanto, falta firmeza ao governo. Na nossa comunidade e até mesmo fora dela, muitas pessoas estão horrorizadas com o que está acontecendo e envergonhadas pelo Brasil não ter essa firmeza — afirma.

Atualmente, o país confere a classificação de terroristas aos grupos Al Qaeda, Talibã e o Estado Islâmico, os mesmos considerados pela ONU. Em entrevista à Globonews, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação afirmou que o país, historicamente, segue a posição do conselho. Estados Unidos, Reino Unido e Japão são alguns dos territórios que vão na contramão e já reconhecem o Hamas como terrorista.

Para Lottenberg, o posicionamento do Brasil pode enfraquecer o país junto a outras nações, nas movimentações diplomáticas.

— As nações democráticas estão condenando de forma mais dura os ataques terroristas e o Brasil deveria seguir o mesmo caminho, já que tem pretensões de ter um papel de liderança no cenário internacional. É preocupante que o Brasil tenha um posicionamento mais próximo do Irã, um país que não compactua com ideais democráticos, do que com os Estados Unidos e com a União Europeia.

Em reação, um grupo de 61 deputados cobraram que o Itamaraty e o governo Lula reconheçam o Hamas como uma organização terrorista. Os parlamentares protocolaram um requerimento assinado pelo bolsonarista Rodolfo Nogueira (PL-MS) destinada ao ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira pedindo a mudança de postura do país. Para presidente do Conib, o atual posicionamento do Brasil pode i com as consequências que o posicionamento possa trazer para Israel mais à frente.

— Na hora de criticar o Conselho de Segurança, ele pode, mas quando é para usar a instituições para questões ideológicas, ele também usa. O receio da comunidade israelita é que o Brasil se alinhe a outros países na ONU favorável a punições também a Israel por conta do conflito, como já aconteceu outras vezes, sendo que Israel apenas está reagindo aos ataques que sofreu — explica.

Quem também criticou a falta de um posicionamento mais enfático contrário ao Hamas foi f escritor e especialista no Holocausto, Marcio Pitliuk. Para ele, a posição do presidente, além de decepcionar parte da comunidade judaica no país, também pode trazer consequências eleitorais.

— Um percentual muito grande de judeus votou no presidente Lula. Quando ele toma uma postura dessa, as pessoas ficam de certa maneira decepcionadas com seu voto. Não esperavam essa atitude tão reacionárias e insensível dele — pontua.

Lula, que vinha sendo criticado por sequer ter citado diretamente o Hamas ao condenar os ataques terroristas no sábado, se manifestou novamente na manhã desta quarta-feira sobre o conflito em Israel pedindo atenção da comunidade internacional diante de “violação de direitos humanos”. Ele faz um apelo pela libertação de crianças israelenses sequestradas pelo grupo terrorista e que pediu também que Israel cesse os bombardeios para que as palestinas deixem a Faixa de Gaza. O pedido foi direcionado diretamente ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres.

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