Uma das reivindicações mais antigas da diplomacia brasileira, a participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU será mencionada na declaração final da cúpula dos Brics, que será assinada na última terça-feira (22) na África do Sul.
No texto, o bloco vai defender a expansão do Conselho e citar a necessidade de que haja uma maior representação de América Latina, Ásia e África. O nome do Brasil também aparece de forma textual.
A informação consta segundo Jamil Chade, do Uol, um último rascunho da declaração final da cúpula que conta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes da Rússia, China, África do Sul e Índia. O texto, segundo diplomatas, não deve sofrer alterações, salvo se algum dos países optar por abrir uma nova negociação.
O reconhecimento da candidatura brasileira ao Conselho era condição para que o país aceitasse a expansão dos Brics, um projeto essencialmente chinês.
Mas, diante da resistência de Pequim em uma participação da Índia como membro permanente no Conselho da ONU, não haverá uma consolidação do compromisso de que esses novos países façam parte necessariamente dos membros com direito a veto e voto, um privilégio que apenas EUA, França, Reino Unido, China e Rússia dispõem.
O acordo no texto que circula entre os membros foi a forma que os diferentes países encontraram para acomodar tanto as reivindicações do Brasil como o posicionamento chinês.
Novos membros
No rascunho do documento final, será dado o sinal verde para a adesão aos Brics de Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes e Irã.
A ideia original era a adesão da Indonésia no bloco. Mas o governo de Jacarta apontou que, neste momento, não teria condições de iniciar o processo.
O processo de adesão de quatro regimes autoritários promete ampliar a resistência a qualquer debate sobre democracia, gênero ou direitos humanos no bloco.
Mas, em termos geopolíticos, representa um fortalecimento da aliança entre os emergentes e uma vitória clara da China em sua estratégia de ampliação de sua influência no mundo.