O ex-presidente Jair Bolsonaro disse não ver “nenhuma maldade” no caso em que seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, é acusado de tentar vender um Rolex recebido como presente em uma viagem oficial da Presidência, informa a Folha.
“Tudo que o TCU pediu foi entregue. Até um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que vir dele e do advogado dele”, declarou o ex-presidente nesta segunda (7) em São Paulo, após sair de um almoço com o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), e o governador do estado, Tarcísio de Freitas.
“Agora, não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural. ‘Quanto é que vale isso aí?’”, acrescentou Bolsonaro.
O caso do Rolex veio á tona em uma troca de e-mails, revelada por O Globo, entre Cid e Maria Farani Rodrigues, ex-assessora da Presidência. Nela, Rodrigues pergunta quanto o então ajudante de ordens do presidente pensava em receber pelo relógio, e Cid responde que pretendia vendê-lo por US$ 60 mil (cerca de R$ 290 mil). O relógio havia sido recebido por Bolsonaro em outubro de 2019, durante almoço oferecido pela monarquia da Arábia Saudita.
O tenente-coronel segue preso, por ordem de Alexandre de Moraes, sob a acusação de ter inserido no sistema do Ministério da Saúde dados falsos de vacinação do presidente e de seus familiares.