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quinta-feira 20 de julho de 2023 às 14:37h

Carro elétrico ou a combustão: qual escolher?

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Cada dia mais, o carro elétrico se “populariza” ao redor do mundo e se mostra uma alternativa para a redução da emissão de gases de efeito estufa advinda do uso de combustíveis fósseis. Mas, segundo reportagem de Lara Moreno, do Vrum, mesmo com a proposta de serem ecológicos, os elétricos ainda enfrentam um paradoxo quanto a emissão de poluentes durante a produção dos carros e das baterias, o que pode gerar ainda mais dúvidas na decisão da compra desse modelo.

Apesar disso, eles são mais silenciosos e suaves, além de mais potentes e com menos necessidade de manutenção. Porém, não é segredo que ainda são comercializados a valores inacessíveis à maior parte da população brasileira, com os modelos mais simples custando a partir de R$ 150 mil. Sem contar a dificuldade de implementação de infraestrutura em relação a postos de carregamento, que também compromete sua maior difusão.

Mas ainda assim, o carro elétrico tem adeptos e interessados, mas muitos ainda trazem a mesma dúvida: será que vale a pena a compra? Afinal, investir uma quantia expressiva em um tipo de veículo ainda em ascensão pode ser um risco ou até mesmo configurar um prejuízo. Por isso, comparamos o compacto Renault Kwid com sua versão elétrica, o Kwid E-Tech, como exemplo para realizarmos alguns cálculos. Assim, queremos te mostrar se, neste caso, realmente vale a pena financeiramente investir no modelo elétrico em detrimento do movido a combustão.

Kwid: carro elétrico e a combustão

Apesar de, em tese, serem o mesmo carro, os modelos se diferem em alguns aspectos que ultrapassam a motorização, a começar pelo valor. A versão a combustão é uma das mais acessíveis atualmente no mercado e custa a partir de R$ 60.990. Enquanto isso, o Kwid E-Tech está disponível a partir de R$ 149.990. Além disso, mesmo que a maior parte das tecnologias e equipamentos abarquem os dois, há algumas somente no carro elétrico, como o sensor de ré e dois airbags a mais que o modelo a combustão.

Ficha técnica:

Renault Kwid Renault Kwid E-Tech
Motor 1.0 SCe de três cilindros Elétrico
Potência 71cv a 5.500rpm (e)/68cv a 5.500rpm (g) 65cv entre 4.000rpm e 14.000rpm
Torque 10,0kgfm a 4.250rpm (e)/9,4kgfm a 4.250rpm (g) 11,5kgfm
Comprimento 3,68m 3,73m
Entre-eixos 2,42m 2,42m
Largura 1,57m 1,38m
Porta-malas 290 litros 290 litros
Bateria N/D 26,8kWh
Autonomia N/D 185 quilômetros
Fonte: Renault

Carregamento do carro elétrico

No caso do carro elétrico, o método usado para o abastecimento é a energia elétrica, com quilowatts hora (kWh). O valor do kWh é variável de acordo com a região e é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que faz o cálculo das bandeiras tarifárias segundo fatores como geração, transmissão, distribuição e comercialização. Podem variar entre verde, amarela e vermelha, com alterações no valor segundo condições para geração de eletricidade.

Para fins de cálculo, é preciso considerar alguns fatores, sendo um destes a capacidade da bateria, que, normalmente, varia entre 20kWh e 100kWh nos variados modelos disponíveis no mercado. No caso do Kwid E-Tech, ela é de 26,8kWh. Além disso, a autonomia do carro elétrico é outro fator de grande relevância para se realizar o cálculo, no caso 185 quilômetros. Finalmente, a potência do carregador determina a quantidade de horas necessárias para se completar a carga segundo a energia que consegue transmitir.

Levando esses fatores em consideração, em quanto tempo após ter sua carga completa o Renault Kwid E-Tech precisaria ser carregado novamente? E qual seria o valor necessário para carregá-lo?

Pelos cálculos, ao se considerar os valores fornecidos pela ficha técnica do carro, sabe-se que uma única carga equivale a pouco menos de R$ 20, tendo como base a tarifa média residencial no Brasil de R$ 0,717, R$/kWh, em 11/07/2023. Pensando em um motorista que percorre a média de 12 mil quilômetros anuais, o valor do investimento financeiro para se carregar a bateria do carro elétrico durante todo o ano seria de aproximadamente R$ 1.200.

Mas, e no caso dos carros a combustão, como será que se comparam em relação ao valor de abastecimento anual?

Abastecimento do carro a combustão

O Renault Kwid a combustão já necessita de combustível para seu funcionamento, seja ele gasolina ou etanol. A gasolina, derivada do petróleo e usada em veículos com motores a combustão interna, também tem valor variável de acordo com a região do país, políticas de preços pelos postos e atualizações nos preços pela agência regulamentadora, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para se calcular os gastos com combustíveis os fatores a serem considerados são a capacidade de litros do tanque, no caso 38 litros no Kwid, a autonomia do carro, que varia segundo o combustível e o tipo de terreno percorrido. Na cidade, o consumo com gasolina, segundo o Inmetro, é de 15,3km/l, e na estrada, 15,7km/l. E, finalmente, o valor do litro da gasolina, que em 07/07/2023 tinha preço médio por litro no Brasil de R$ 5,67.

Assim, o cálculo do valor total necessário para percorrer a distância de 12 mil quilômetros resulta em cerca de R$ 4.450.

Portanto, verifica-se que, comparativamente, é mais caro percorrer a mesma distância com o carro a combustão que com o carro elétrico, em quase quatro vezes.

Mas e considerando o valor dos carros, vale a pena investir no elétrico?

São diversos os fatores usados para se calcular depreciação e gastos com um veículo, tais como manutenção, impostos, combustíveis, seguro, entre outros. Mas, para fins de facilitar e possibilitar uma comparação, alguns dos dados aqui foram desprezados. Tendo isso em vista, ao considerarmos o valor do investimento inicial em cada veículo, sendo o Renault Kwid a combustão R$ 60.990 e o Renault Kwid E-Tech R$ 149.990, e o valor para o abastecimento para percorrer a quilometragem média por ano, cerca de 12 mil quilômetros, conclui-se o seguinte:

Os gastos anuais com abastecimento e carregamento diferem muito, mas o investimento inicial mostra uma distância drástica entre os valores. Para que o carro elétrico valesse a pena financeiramente em relação ao a combustão, seriam mais de 25 anos de uso para que os gastos somente com estes dois fatores considerados se igualassem. E nós sabemos que ninguém, ou quase ninguém, fica com o mesmo veículo por tanto tempo, não é mesmo?

Ou seja, a tecnologia do carro elétrico é empolgante e inovadora, mas ainda tem um longo caminho para garantir sua democratização e para se tornar, de fato, uma realidade plausível para grande parte das pessoas. Mesmo com a crescente popularização e acúmulo de adeptos, a eletrificação da frota tende a demorar.

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