Durante a sessão ordinária na Câmara Municipal de Salvador, desta última quarta-feira (20), a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) cobrou explicações ao Executivo Municipal acerca da operação realizada em conjunto pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), que desarticulou, nesta manhã, um esquema criminoso na Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“A cidade ficou estarrecida diante da denúncia da Operação Kepler, que dá conta de uma quadrilha na área de saúde, surrupiando recursos da saúde de um município pobre como Salvador”, disse a legisladora.
De acordo com a PF, a fraude abrange licitação, superfaturamento, desvio de recursos públicos, peculato e lavagem de ativos na contratação do Instituto Médico de Gestão Integrada (Imegi) para gestão complementar de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Multicentros.
Aladilce lembrou que em 2015 solicitou do então titular da pasta, José Antônio Rodrigues, por meio de ofício, atenção para o instituto hoje investigado pela PF. À época, segundo a vereadora, o secretário foi questionado sobre o fato de a empresa contratada “responder por corrupção e lavagem de dinheiro em outros municípios do Estado”. Conforme a vereadora, ele teria afirmado legalidade na contratação.
A documentação fornecida ao colegiado pela SMS foi apresentada ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que por sua vez encaminhou a representação ao Governo Federal, por se tratar de verba do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É dever desta Casa fiscalizar o Executivo na aplicação dos recursos públicos, e que esta Casa cobre do prefeito ACM Neto onde foram parar R$ 8 milhões. É preciso que ele esclareça e venha a público dizer onde foi parar este dinheiro”, asseverou Aladilce, que também é dirigente do Sindsaúde-Ba.