Cotado para assumir o Ministério dos Esportes, o deputado federal Silvio Costa Filho, do Republicanos de Pernambuco, foi um dos principais articuladores segundo o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, pelo projeto que deu autonomia ao Banco Central no governo Bolsonaro. Lula já criticou a medida diversas vezes e anunciou que reavaliará o status do BC no ano que vem.
A autonomia do BC virou lei em 2021, com mandatos fixos para o presidente e diretores do órgão. Na Câmara, o texto foi relatado por Silvio Costa Filho. Disse Costa Filho na ocasião:
“No lugar de atrapalhar o presidente da República, a autonomia do Banco Central vai dar segurança institucional e previsibilidade. Essa matéria não avançou até hoje porque nenhum presidente queria perder poder. Hoje o presidente do BC fica refém do presidente da República. Qualquer canetada do presidente, o presidente do BC sai”. E acrescentou: “Será um belo sinal ao mercado”.
Desde que começou seu terceiro governo, Lula tem atacado o Banco Central por, na sua visão, demorar em reduzir a taxa básica de juros, a Selic. Na esteira dessas críticas, disse que reavaliará a autonomia da autarquia. O petista se referiu diversas vezes ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, como “esse cidadão”.
“O povo tá melhorando de vida? Não! Eu vou esperar esse cidadão terminar o mandato dele, para fazermos uma avaliação”, disse em fevereiro deste ano. No último dia 22, afirmou, durante viagem à Itália: “Eu acho que esse cidadão joga contra a economia brasileira. Não existe explicação aceitável para que a taxa de juros esteja em 13,75%”.