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quarta-feira 21 de junho de 2023 às 10:38h

Gestores têm até 31 de julho para enviar valores dos investimentos com festejos juninos

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Os gestores públicos responsáveis pela organização de festas que deixaram de enviar informações para o Painel de Transparência dos Festejos Juninos têm até o dia 31 de julho para encaminhar os dados solicitados e serão distinguidos com um “Certificado de Colaboração”, pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), como reconhecimento pela iniciativa que visa garantir a transparência dos investimentos públicos. No mesmo prazo, aqueles municípios que já informaram os dados poderão complementar as informações já prestadas. Em ambos os casos, deverão informar a natureza dos recursos envolvidos conforme sua origem: federal, estadual ou municipal, conforme nova planilha a ser enviada ainda no dia de hoje.

Até a última segunda-feira (19), prefeituras de 183 municípios atenderam ao chamado com informações sobre a contratação de 2.213 artistas para festas juninas em 2022 e 2023, envolvendo gastos que chegam a R$ 198 milhões.

Este novo prazo foi fixado após a primeira reunião de avaliação sobre o Painel da Transparência, realizada nesta segunda-feira (19.06), na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE/BA), entre representantes dos órgãos envolvidos na inciativa. A reunião foi comandada pelo presidente do TCE/BA, conselheiro Marcus Presidio, e dela participaram os promotores de justiça Frank Ferrari e Rita Tourinho, as procuradoras de contas Camila Luz (TCE/BA) e Aline Rego (TCM/BA), e o chefe de gabinete da Presidência do TCM, Danilo Estrela.

O promotor Frank Ferrari reafirmou que o objetivo principal do painel é subsidiar os gestores – em especial os municipais – com informações para que possam, assim, negociar em melhores condições os contratos com artistas e bandas municipais. “E para isso – disse – “quanto mais informações, melhor. Por esta razão, decidimos dar uma nova oportunidade àqueles que, por qualquer razão, não puderam atender ao primeiro chamado. É importante que eles deem transparência aos gastos, até para não serem cobrados por esta omissão, no futuro, pelos eleitores”, observou o promotor.

Ele explicou que o painel visa estabelecer parâmetros, “porque muitas vezes o gestor não sabe exatamente quanto um artista ou uma banda costuma cobrar por apresentação. E examinando o histórico do cachê pago por outros municípios a determinado artista, ele saberá se o valor é justo ou não”, observou. Frank Ferrari disse ainda que o presidente da União dos Municípios da Bahia, José Henrique Silva Tigre, o “Quinho de Belo Monte” – com quem se reuniu nesta segunda-feira – elogiou a iniciativa e relatou o entusiasmo de inúmeros prefeitos. “Na construção do painel, não há exame de mérito sobre os dados, ou seja, se há ou não possíveis irregularidades. Isso poderá vir a ser feito pelos diversos órgãos competentes após os festejos, se for o caso. Sempre com responsabilidade, serenidade e oportunizando o contraditório”, destacou Ferrari.

O presidente do TCE/BA, conselheiro Marcus Presidio, disse que o Painel da Transparência dos Festejos Juninos despertou o interesse de representantes de órgãos de controle de outros estados, que pretendem adotar ferramenta semelhante para o acompanhamento dos gastos públicos com festas. Citou, como exemplo, conselheiros do TCE da Paraíba – estado onde as festas juninas são culturalmente muito valorizadas. Marcus Presidio, assim como o promotor Frank Ferrari, fez questão de ressaltar que o Painel, com as informações voluntariamente fornecidas pelos gestores, visa orientar e subsidiar os responsáveis pelas negociações para que os contratos sejam firmados em preços justos.

“Não podemos negar o sucesso do Selo de Transparência e sua repercussão. O Painel e o Selo são projetos que temos que repassar para os órgãos de controle de outros estados, pois, além de demonstrar a preocupação que temos com a preservação do erário público, reforçam uma atuação moderna do controle. Jamais tivemos a intenção de punir os gestores e inibir as festas, mas de trazer transparência para a sociedade sobre os gastos públicos nos festejos juninos. (…) Depois que passar os festejos, é preciso termos um feedback de toda a situação, do que foi encontrado, do que foi melhorado, e focar na fiscalização de determinadas situações que estejam em desacordo com a razoabilidade e, evidentemente, focarmos nos próximos festejos de 2024”, disse o presidente do TCE/BA.

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